“Sempre foi uma mãe cuidadosa e protetora”, diz filha de mulher morta queimada

“Sempre foi uma mãe cuidadosa e protetora”, diz filha de mulher morta queimada

Um mês após perder a mãe, vítima de feminicídio em Canoas, Alessandra Pimentel dos Santos busca força junto aos quatro irmãos para enfrentar a dor da perda. “Ela sempre foi uma mãe cuidadosa e protetora”, diz emocionada.

O sofrimento dos cinco filhos de Ana Lúcia da Silva Pimentel de 45 anos começou em 9 de maio, Dia das Mães. O atual marido, com quem ela estava há dois anos, ameaçou que colocaria fogo nela e na residência. Assustada, de acordo com a polícia, ela chegou a relatar a ameaça para os familiares, mas retornou para a casa. Horas depois, quando a vítima já estava dormindo, o criminoso ateou fogo no imóvel e tentou fugir, mas ficou ferido e acabou sendo detido por vizinhos do casal.

Ana foi resgatada com vida, mas não resistiu aos ferimentos após ter 97% do corpo queimado. “Minha mãe ficou irreconhecível”, relata a filha que tinha visto a mãe, pela última vez, cerca de 10 dias antes do ocorrido. “Eu e meus irmãos fizemos um churrasco para ela, foi o último que a gente esteve junto com ela. Naquele momento ela tava junto com o monstro daquele homem.

Ao se lembrar da mãe, Alessandra não consegue conter a emoção. “Apesar de tanta coisa ruim que ela passava todos os dias, ela sempre estava sorrindo e dizendo o quanto amava a gente. Ela falava comigo o tempo todos pelas redes sociais, dizendo que me amava, perguntando da minha filha.

Na foto, Ana está junto com as duas filhas e com o ex-marido. Ambos mantinham uma relação próxima e de amizade por causa dos filhos (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

Agressões era parte da rotina do casal

Testemunhas escutadas pela Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) de Canoas relataram que as brigas entre o casal eram recorrentes. Porém, Ana nunca chegou a registrar ocorrência contra o criminoso. “Ele sempre batia e humilhava ela. Nós tentamos tirar ela de casa, mas ela não queria. Ela dizia que amava ele e a gente não conseguia fazer nada por causa da dependência que ele causou nela. Quando ele sumia, ela ficava muito triste. A mãe sempre mandava áudios dizendo que estava machucada porque ele tinha batido nela. Ela sofreu até o último minuto da vida com ele”, conta a filha.

A delegada Clarissa Demartini (DEAM) responsável pelo caso reforça a importância da vítima procurar a delegacia para conseguir uma proteção contra o agressor. “É muito importante trazer ao conhecimento da polícia a violência que sofre, pois assim é possível lançar mão de equipamentos para deixar as mulheres em segurança”.

Preso

O criminoso que ateou fogo e matou Ana de 45 anos também ficou ferido por causa do incêndio. Ele se recuperou e agora está no sistema prisional, onde vai responder criminalmente pelo feminicídio.

 

Fonte GBC

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