Funcionários do Imesf decidem parar postos de saúde por três dias em Porto Alegre

Funcionários do Imesf decidem parar postos de saúde por três dias em Porto Alegre

Funcionários do Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) de Porto Alegre decidiram iniciar uma paralisação de três dias, a partir da quarta-feira da semana que vem, 9 de outubro. O Imesf responde pelo quadro de pessoal de 77 dos 140 postos de saúde da cidade. Filiados em quatro sindicatos votaram o indicativo de greve, no início da noite desta terça-feira: Sindisaúde (que representa 1/3 dos funcionários do Imesf), Sergs (enfermeiros), Soergs (odontologistas) e Sindacs (agentes comunitários de saúde).

Inicialmente, a mobilização prevista é de 72 horas, mas os sindicatos dizem que a medida deve ser avaliada já no primeiro dia. A paralisação vinha sendo debatida desde que o Prefeitura Municipal anunciou a extinção do Imesf, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou inconstitucional a lei que criou o Instituto, em 2011. Com isso, mais de 1,8 mil funcionários resistem a assinar o aviso prévio de demissão.

O presidente do Sindisaúde-RS, Julio Jesien, disse que a medida é uma resposta ao que considera “falta de diálogo”. “Há alternativas que não o encerramento do Imesf, mas o governo fechou a porta. Os trabalhadores não querem greve pois são muito ligados às comunidades, mas o prefeito está nos jogando para ela”, lamentou. Entre as medidas que Jesien sugere, a transformação do Instituto em uma empresa pública, é descartada pela Prefeitura.

O que disse o prefeito

O prefeito Nelson Marchezan Júnior se manifestou sobre a paralisação. “Não vejo qual pode ser o efeito da entrada em greve do Imesf, a estrutura foi declarada inconstitucional e isso é um fato. E as pessoas do Imesf deviam estar honrando o salário que recebem e o juramento de atenção à saúde quando terminaram seus respectivos cursos de formação”, afirmou. Segundo ele, “o caminho é fazermos uma contratação emergencial [com uma organização da sociedade civil de interesse público], essas pessoas deverão ser contratadas, a nossa ideia é ampliar os serviços, então deveremos contratar não só essas pessoas, mas fazer uma contratação maior ainda”.

Além de decidir pela paralisação, a assembleia deliberou por uma parada de duas horas, entre as 8h e as 10h da segunda-feira, dia 7, antecipando a greve do dia 9.

O que disse a Secretaria Municipal da Saúde

Em nota publicada na noite desta terça, a SMS sustenta que não há motivos para greve e considera o movimento um contrassenso. Também critica “interesses corporativos” de sindicatos e enfatiza que o modelo que vai substituir o Imesf não vai poder ter “a greve como rotina”. Veja o texto na íntegra:

 

 

Nota sobre greve dos funcionários do Imesf aprovada agora à noite:

A Secretaria Municipal de Saúde reafirma seu papel de cumprir com o atendimento adequado para a população e declara não haver motivos para greve de profissionais do IMESF, uma vez que esta tem como motivação a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que declarou a inconstitucionalidade da lei que criou o Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família – IMESF a pedido dos próprios sindicatos, decisão esta referendada pelo Supremo Tribunal Federal. Assim, é um contrassenso quem diz que quer continuar atendendo a população deixar de atender para pleitear qualquer reivindicação. A secretaria não vai tolerar a descontinuidade do cumprimento do contrato ainda vigente e o fechamento de serviços de saúde, com consequente desassistência à população. Salienta-se que o modelo de atendimento que substituirá o IMESF não terá a greve como rotina, nem manterá a população refém de sindicatos e interesses corporativos.

Fonte:Correio do Povo/Rádio Guaíba

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