Repórter da Rádio Guaíba é assediada em jogo entre Inter e Nacional, jornalista relata ter sido beijada à força por torcedor colorado.
A repórter estava trabalhando na transmissão do jogo Inter x Nacional-URU.
Mais um episódio de assédio foi registrado dentro de estádios do Rio Grande do Sul envolvendo jornalistas a trabalho. Dessa vez, a repórter Camila Diesel, da Rádio Guaíba, utilizou as redes sociais para relatar um beijo forçado de um torcedor colorado em meio à partida entre Internacional e Nacional-URU, pela Libertadores da América, nesta quarta-feira. A jornalista estava na saída da cabine de imprensa, que fica nas cadeiras superiores do estádio Beira-Rio, na face voltada para o Guaíba, quando foi assediada por um colorado. Em abril, a repórter Laura Gross, também da Guaíba, passou por situação semelhante.
Logo após o gol de Rodrigo Moledo, aos 17 minutos do primeiro tempo, um homem correu em direção à repórter. “Ele me abraçou, me deu um beijo quase na boca e seguiu me segurando pelos braços. Quando consegui virar o rosto, ele saiu de perto. No final da partida, ele ainda resolveu dar tchau. Antes disso, já tinha vindo perguntar algo a respeito de um lance da partida, mas não parecia que viria me assediar na sequência”, disse.
A jornalista é repórter de torcida da Rádio Guaíba em transmissões realizadas diretamente dos estádios Beira-Rio e Arena do Grêmio. Ela argumenta que, em três anos de trabalho com futebol, não é a primeira vez que um torcedor tenta abraça-la ou comemorar um gol “carinhosamente”, mas “dessa vez passou de todos os limites”. “Isso é assédio. Acho que devia ter revidado, mas na hora a gente não sabe o que fazer”, lamenta.
Conforme a jornalista, o vice-presidente do clube João Patrício Hermann entrou em contato para prestar solidariedade e informar que imagens do momento do assédio poderão ser acessadas para buscar a identificação do homem.
Camila informou que ainda não decidiu se fará boletim de ocorrência, mas decidiu que precisava publicizar o caso já que outras pessoas são assediadas e não sabem como proceder. “A minha ideia não é pessoalizar o caso, mas postei para dar luz sobre isso considerando que coisas do tipo acontecem com muitas outras mulheres. Em geral, a vítima nem sempre sabe que tem canais para reclamar. Muitas não sabem que podem denunciar”, sustenta.
Torcedoras e torcedores que forem assediados ou agredidos dentro e no entorno dos estádios podem denunciar os agressores a um policial militar ou se dirigir diretamente ao Juizado do Torcedor. No Beira-Rio, o Jecrim está localizado ao Centro de Eventos e, na Arena, no subsolo, ao lado do portão 2.
Fonte:Rádia Guaíba.