E agora ??? Suicídio ou o que ?? Leia mais …

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SUICÍDIO

COMO CAUSA DA MORTE DE LUTADOR NA CADEIA PÚBLICA DE PORTO ALEGRE

Conforme delegado que investiga o caso, policiais militares encontraram Leandro Frois Lopes com sinais vitais na cela e o levaram para um hospital. Família alega que não foi comunicada sobre a morte. Laudo concluiu suicídio.

Laudos de exames feitos para esclarecer a morte do lutador de Artes Marciais Mistas (MMA) Leandro Frois Lopes, de 32 anos apontam para ocorrência de suicídio. Ele havia sido preso em flagrante por violência doméstica no dia 17 de janeiro, após uma briga com a esposa. O homem foi encaminhado para a Cadeia Pública de Porto Alegre e morreu horas depois.

(ATUALIZAÇÃO: no dia 22 de julho, a Polícia Civil informou ao G1 que os laudos periciais da morte de Leandro apontaram para a ocorrência de suicídio)

Conforme consta na certidão de óbito, que o G1 teve acesso, ele morreu por asfixia mecânica e enforcamento. O lutador chegou a ser levado para o Hospital de Pronto Socorro (HPS) da capital gaúcha, mas morreu às 4h04 do dia 17, de acordo com o documento. Inicialmente, a polícia havia informado que o homem tinha sido encontrado morto na cadeia.

“Segundo o que a Brigada Militar passou, ele teria se enforcado com a própria camisa. São as informações preliminares, a gente aguarda os laudos da perícia. Do local do crime não tem porque foi desfeito. A BM relatou que ele estaria com sinais de vida e o socorreram para o HPS. Não se sabe se chegou morto ao HPS ou se foi socorrido a tempo”, diz o delegado Rodrigo Reis, responsável pela investigação.

O advogado da família de Leandro, Renato de Aguiar Siqueira, relatou que eles não receberam nenhum comunicado sobre a morte do lutador.

“A maioria das informações que a família teve foi pela imprensa. O Leandro foi parar no Palácio da Polícia por uma ocorrência de Maria da Penha. Posteriormente foi enviado para a Cadeia Pública e, em menos de duas horas, ele saiu de lá em óbito. O boletim de ocorrência informa que ele chegou com vida no HPS, mas até agora nem a Susepe [Superintendência dos Serviços Penitenciários], nem o HPS, nem a Polícia Civil, ninguém entrou em contato com a família”, afirma.
A mãe de Leandro, Iara Maria Fróis, de 54 anos, conta que foi ouvindo um áudio em um aplicativo de mensagens que descobriu a morte do filho.

“Não recebi nenhum aviso, a não ser por rede social, que meu filho morreu. Ninguém me devolveu os pertences dele. Descobri da pior maneira possível. Toda minha família quer esclarecer o que aconteceu realmente com o Leandro. Entreguei meu filho vivo para o Estado”, desabafa.
Inicialmente, na noite em que foi preso, um defensor público atendeu Leandro, ainda na delegacia. Um primo do lutador, que preferiu não se identificar, relatou que, na manhã após a prisão, a família contratou um advogado.

“[Após recebermos as mensagens sobre a morte de Leandro], o advogado foi até o fórum. Ele foi ver o processo e viu que o processo estava parado por óbito da vítima. Foi aí que caiu a ficha. Só que isso já era 15h. [Aí fomos] no IML [Instituto Médico Legal] e fizemos os procedimentos legais”, explica.

O delegado informou que a polícia não recebeu documento oficial do HPS e que vai pedir ao Judiciário para que mandem o laudo da vítima. Reis acrescentou que vai ouvir os policiais militares a partir desta semana, assim como familiares de Leandro.

“Com familiares já entramos em contato para marcar”, diz. “Parece que ele [Leandro] não tinha histórico de depressão. Vamos ouvir a esposa também, saber de detalhes de vida dele”, afirma.

Sobre a Brigada Militar não ter isolado o local do crime, o delegado afirmou que o fato vai ser analisado. “Em tese, disseram que foi desfeito porque tiveram que socorrer ele, tiveram que desfazer porque a prioridade é socorrer a vítima. Pela prova pericial, principalmente, e de necropsia, a gente comprova se realmente foi suicídio”, explica.

A família ainda busca entender o que aconteceu. “Meu filho jamais iria se suicidar, e todas as pessoas que conhecem meu filho dizem a mesma coisa. Não é o perfil dele”, diz a mãe.

Prisão em flagrante
Conforme o boletim de ocorrência, a mulher de Leandro relatou que havia sido agredida com tapas e esganadura, e que tinha marcas no pescoço. Ela informou aos policiais que queria representar criminalmente pela prisão do homem e fazer o pedido de Medida Protetiva de Urgência (MPU).

Os envolvidos foram encaminhados pela Brigada Militar para a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde o flagrante foi registrado e uma fiança de R$ 5 mil foi estipulada para Leandro ser solto.

Ao G1, a Defensoria Pública informou que o defensor que atenteu o suspeito o questionou sobre o pagamento da fiança, e ele respondeu que não tinha o valor. Então, ele foi encaminhado ao sistema penitenciário.

“A partir desse momento, ao entrar no sistema, o erro foi ele acabar morrendo. Não se entra no sistema para morrer, se entra para cumprir uma pena. O equívoco ocorreu no momento em que ele faleceu no sistema. Agora, se faleceu por homicídio, por terceiros, ou se foi suicídio, ainda não sabemos”, avalia o delegado.
A juíza Sonáli da Cruz Zluhan, da Vara de Execuções Criminais, afirma que Leandro não foi preso com outros detentos. “Chegou e ficou isolado no plantão. Como era a primeira entrada dele no sistema, foi identificado e ficou sozinho na cela.”

Depois, ainda segundo a juíza, os PMs continuaram seu trabalho de receber outros presos. “Mais tarde, quando passaram ali na frente, viram que ele [Leandro] estava agonizando. Levaram ele para o HPS e não conseguiram fazer mais nada, ele acabou morrendo.”

Conforme Sonáli, uma sindicância foi aberta na Cadeia Pública para apurar o que aconteceu exatamente. O G1 fez contato com a assessoria do presídio e aguarda retorno.

‘Tinha um coração imenso’, diz mãe de Leandro
A mãe do lutador conta que o filho ajudou muitos jovens a entrarem para o esporte.

“Meu filho era um gigante por dentro, um homem grandão, mas tinha um coração imenso. Todos os amigos que o conheciam, admiravam ele. Ele tirou muito guri da rua, que hoje é o que é devido a ele. Ele levou para as artes, levou para o Jiu-jitsu muitas pessoas”, conta Iara.

Sobre a prisão, a mãe informou que foi “um fato isolado”. “Foi em um momento extremo, desentedimento entre o casal. Mas ele nunca tinha sido violento com ela. Nunca tinha sido violento com mulher alguma”, acrescenta.

A família contou que Leandro e a esposa haviam se casado em dezembro. Eles estavam morando com Iara, enquanto o apartamento do casal não ficava pronto. Eles não tinham filhos.

O G1 tenta localizar a esposa de Leandro.

Segundo o delegado Rodrigo Reis, Leandro não tinha passagem pela polícia.

Créditos G1

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