Dono de loja é indiciado por homícidio culposo..

Dono de loja é indiciado por homícidio culposo..

Ronaldo Iranso Ramos vai responder pela morte da comerciária Jéssica Aparecida Correa dos Reis, ocorrida ano passado.

 

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre as circunstâncias da morte da comerciária Jéssica Aparecida Correa dos Reis, ocorrida em 2018, em Porto Alegre, quando um elevador de carga da loja Armarinho Gaúcho despencou. O proprietário da loja, Ronaldo Iranso Ramos, foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar), crime com pena prevista de um a três anos de detenção.

A conclusão do delegado Sílvio Kist Huppes, da 16ª Delegacia da Polícia Civil, foi embasada por laudo do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e da Superintendência Regional do Trabalho, e também por depoimentos de testemunhas. Conforme o delegado, a perícia do IGP confirmou que o funcionamento do elevador era precário.

Foi apurado que o equipamento já havia despencado em outra oportunidade, e, segundo depoimentos, não passou por renovação, apenas foi consertado para voltar a funcionar. Também foi descoberto que o elevador foi feito por um serralheiro, profissional que não seria habilitado para instalar este tipo de equipamento.

A polícia verificou que o elevador era apenas para transporte de mercadorias entre os andares, mas funcionários precisavam entrar nele para abastecê-lo com os itens. Foi em uma situação assim que ocorreu o acidente com Jéssica, em 10 de novembro, na matriz da Armarinho Gaúcho, no bairro Restinga. Ela estava colocando mercadorias no equipamento, que caiu dois andares. Com impacto no subsolo, a funcionária foi arremessada para fora.

A inspeção da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador apontou algumas das irregularidades encontradas no elevador: “Um elevador não projetado por profissional, acionado por meio de um controle remoto de portão de garagem, sem sistema de frenagem automática, sem trava de segurança, sem freio a motor, sem cancelas nos pavimentos com trava de segurança, sem placa indicando o peso máximo de carga e com cabine construída com madeira compensada”.

Jéssica Aparecida Correa dos Reis morreu em 2018

Jéssica Aparecida Correa dos Reis morreu em 2018Divulgação,Família.

 

Depois do acidente, auditores fiscais do Trabalho haviam emitido três autos de infração contra a loja, que também teve o elevador interditado. O primeiro diz respeito à falta de uma placa dentro do elevador indicando a carga máxima e a proibição de transporte de pessoas. O documento diz que a “falta de controle de carga e de peso máximo no interior do elevador pode ter contribuído para que o mesmo despencasse com a trabalhadora”.

O segundo auto de infração tratou da falta de barreira em todos os acessos do elevador. Foi registrado pelos ficais que “a falta de barreira tipo cancela no acesso à torre do elevador no nível solo pode ter contribuído para a morte da trabalhadora”. Por fim, o terceiro auto descreve a falta de frenagem automática do elevador, que era tracionado por sistema de cabos. Os fiscais escreveram: “Se houvesse sistema de frenagem automática, possivelmente não teria havido o acidente”.

Contraponto.

O que diz Paulo Ricardo Suliani, advogado de Ronaldo Iranso Ramos, proprietário da loja Armarinho Gaúcho:

GaúchaZH deixou recado e, até a publicação desta reportagem, ainda não havia recebido retorno.

 

Fonte:Gaúchazh.

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