DEIXE SUA OPINIÃO: Será que vale a pena ser uma pessoa boa em um mundo tão cruel???

DEIXE SUA OPINIÃO: Será que vale a pena ser uma pessoa boa em um mundo tão cruel???

É tanta coisa ruim acontecendo no mundo todo, que o noticiário parece até sangrar.

Em todos os lugares, todos os dias, a população se depara com situações não apenas tristes, mas também repugnantes. Venâncio Aires vive isso.

Na manhã de terça-feira, 07, perdemos mais uma mulher para a violência: Juliani Carolini Klamt, 31 anos, chamada carinhosamente de Juli. Digo “mais uma”, mas sem me referir a números, e sim ao fato de que tudo o que fazemos para impedir a criminalidade parece não estar ecoando.

As manchetes indicam que perdemos uma mulher, uma assistente social, uma amiga ou conhecida. Não é preciso nem ter relação com a vítima para se abalar com a situação.

Nós, meninas e mulheres, talvez nem saibamos dimensionar os perigos do mundo. Pois quando somos crianças e saímos para ir à escola, não esperamos por um estupro no meio do caminho. Quando somos adolescentes e adultas, saímos para o trabalho ou mesmo uma festa, e não aguardamos que um assalto ocorra no trajeto.

Mesmo que tenhamos medo, nós sempre acreditamos no bem, no bom caráter das pessoas, na possibilidade de cruzar apenas com pessoas boas. O problema é que o mal também usa as mesmas estradas que a gente e pode acabar nos encontrando.

Foi esse mal no caminho que a Juli encontrou. Não na estrada de Linha Arroio Grande, onde o crime aconteceu, e hoje quem passa por lá vê pétalas de rosas espalhas pelo chão. Não foi só ali, foi bem antes.

Foi quando se relacionou com alguém que achava que conhecia e acreditou naquele tal “bem das pessoas”. Essa moça foi vítima desde o início de algo chamado “possessividade”. Foi alvo de um daqueles homens que considera a mulher a sua propriedade.

Daqueles que escolhe o que ela vai vestir, que manda excluir redes sociais e contatos do celular, que quer saber o tempo todo onde ela está. Daqueles homens que, no fim, fez com ela o que tantos outros já fizeram com mulheres: mata!

Nós vimos mais uma mulher morrer. A Juli se foi, como outras, acreditando que não encontraria tanta maldade no seu caminho. Foi sangrando, sendo arrancada brutalmente da família e deixando dor em todas nós que morremos um pouco junto dela. Eu, enquanto amiga e mulher, não queria estar escrevendo isso.

Não queria ter que falar (na rádio) de uma amiga que acabava de ser vítima de tamanha crueldade. Ninguém quer usar as palavras “tiros”, “feminicídio” e “morte” em ligação a uma pessoa tão especial como a Juli.

A Juliani era muito conhecida, por ser assistente social e prestar serviços ajudando pessoas em situações delicadas em Venâncio Aires e Passo do Sobrado, mas também por ser envolvida com sua comunidade.

Morava em Centro Linha Brasil e era demasiadamente querida por seus familiares, amigos e colegas de trabalho. Era filha, irmã e mãe. Quem a conheceu sabe da menina sempre muito simpática, gentil, sorridente e amorosa que foi.

A Juli era muito boa e se foi de uma maneira triste e que ninguém merece. E aí vem a pergunta do título: será que vale a pena ser uma boa pessoa em um mundo tão cruel?

A resposta pra mim é que ela não merecia ir desse jeito, nem sua querida família devia sofrer tanto assim por algo que nem terá como pedir por justiça. Mas que valeu ser carismática, educada, prestativa e linda por dentro e por fora…

Valeu! Essa mulher, nossa amiga, vai deixando um grande exemplo de humildade e amor à vida e à família. Mais do que isso, deixa para a toda a sociedade um grande alerta para que a luta não pare. É preciso fazer mais pelas mulheres.

Fonte: Veridiana Röhsler
Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

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