A avó das duas crianças estupradas pelo pai, no bairro Estância Velha, em Canoas, notou a diferença no comportamento das netas. Para entender, ela deu para elas, um caderno.
As meninas começaram a fazer desenhos de cunho sexual e isso chamou a atenção da avó e da mãe. Não satisfeita, conforme o delegado Pablo Queiroz Rocha, a mulher deu um celular para as netas. Quando foi mexer no aparelho, para saber o que elas andavam vendo, se assustou: as crianças estavam pesquisando conteúdos pornográficos.
Além dos desenhos e do conteúdo encontrado no celular, a mãe da criança, já tinha notado que as filhas estavam mais agressivas, irritadas e chorosas. Ela levou as duas para atendimento psicológico. Através dos desenhos, foi descoberto que ambas estavam sendo abusadas pelo pai, sendo agredidas e ameaçadas a não contar nada para ninguém. Todos os fatos, de acordo com o delegado Pablo Queiroz Rocha, foram confirmados através dos depoimentos especiais.
Conforme Rocha – titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), os desenhos ajudaram as vítimas a relatar coisas que, talvez verbalmente, elas não conseguiriam. “A criança, ao desenhar, se expressa de forma livre e sem receios, pois julga estar sozinha, desvigiada, em seu mundo lúdico, sem a pressão e o controle de adultos. É o desenho, portanto, forma importante de manifestação do pensamento infantil, que deve obrigatoriamente ser objeto de grande atenção por parte dos pais, avôs e cuidadores. No caso, os desenhos foram cruciais para a descoberta dos abusos e estupros sofridos pelas duas irmãs”, afirma.
Agressões
Os policiais também descobriram com os depoimentos que em um dos estupros, o pai chegou a enforcar a filha mais nova para cometer o ato. Após o crime, ele disse que se quisesse, poderia matá-la.
A criança de seis anos contou que, em um dos abusos, ouviu a irmã mais velha chorando e implorando para que o pai parasse com aquilo. Porém, mesmo com os pedidos, o homem seguiu com o estupro.
Porém, ela relatou ter percebido que o pai tinha muito nojo da urina. “Ela fazia xixi nas calças para evitar que ele chegasse perto”, conta o delegado.
O homem já foi encaminhado para o sistema prisional.
Fonte GBC