A empresa norte-americana de biotecnologia Moderna anunciou nesta segunda-feira (16) que sua candidata à vacina contra a covid-19 é 94,5% eficaz. Ela pretende apresentar um pedido de uso emergencial da vacina nos Estados Unidos na próxima semana baseada nesses resultados, segundo o comunicado. “A Moderna também planeja enviar pedidos de autorização a agências regulatórias globais”, afirmou.
O resultado preliminar se refere à terceira e última fase de testes do imunizante. A notícia chega uma semana depois que a farmacêutica Pfizer divulgou que sua vacina demonstrou ser 90% eficaz na prevenção da doença.
De acordo com o comunicado, os resultados foram melhores do que ousavam imaginar, mas ponderaram que a vacina provavelmente não estará disponível em larga escala antes de março.
“Trata-se da primeira validação clínica de que nossa vacina pode prevenir a covid-19, incluindo a forma grave”, afirmou Stéphane Bancel, presidente-executivo da Moderna, no comunicado.
Os resultados divulgados nesta segunda-feira incluíram 95 participantes sendo 15 com mais de 65 anos e 20 identificados como sendo de diversas comunidades dos Estados Unidos incluindo 12 hispânicos ou latino-americanos, 4 negros ou afro-americanos, 3 asiáticos americanos e 1 multirracial, de acordo com a nota.
A maioria dos eventos adversos foram de gravidade leve ou moderada. Entre eles foram relatados dor no local da injeção (2,7%), na primeira dose, e fadiga (9,7%), dor muscular (8,9%), dor nas articulações (5,2% ), dor de cabeça (4,5%) e vermelhidão no local da injeção (2,0%) após a segunda dose.
Assim como a vacina da Pfizer, a Moderna é feita a partir de RNA mensageiro, uma tecnologia considerada inovadora. A molécula de RNA é produzida em laboratório e aplicada no paciente. Essa molécula entra na célula por diferentes mecanismos e a célula terá a informação necessária para produzir uma das proteínas que compõem o vírus. Assim, o sistema imunológico identifica essa proteína como um patógeno, um corpo estranho que precisa ser combatido, e inicia uma resposta imunológica.
Diferentemente da candidata à vacina da Pfizer, o imunizante da Moderna não passa por testes no Brasil. Os testes da Moderna são realizados no Estados Unidos em 30 mil voluntários. A pesquisa é apoiada pelo governo norte-americano, que financiou o estudo com quase US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,4 bilhões).
A última fase de testes de ambas as empresas teve início em julho. Os dois imunizantes são aplicados em duas doses, sendo o da Pfizer com um intervalo de três semanas e o da Moderna, de quatro.
Os resultados preliminares de eficácia foram anunciados pelas empresas, mas ainda não podem ser considerados conclusivos, pois não foram analisados por publicações científicas.
O Centro Gamaleya, em Moscou, e o Fundo de Investimentos Diretos da Rússia (RDIF, na sigla em inglês) também anunciaram, logo depois da Pfizer, que a candidata à vacina contra a covid-19 Spuinik V apresentava 92% de eficácia. A Sputinik V foi o primeiro imunizante contra a doença registrado no mundo, em 11 de agosto.
R7