“Estamos levando o vírus de uma casa para outra”, desabafa a socorrista do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) Andrea Cristina Quinto. Os profissionais que estão na linha de frente na luta contra o coronavírus denunciam a baixa qualidade dos equipamentos de proteção individual, os chamados EPIs, enviados pela prefeitura de São Paulo.
Segundo o Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), o material que tem sido enviado para as equipes é de baixa qualidade. Aventais que deveriam ser impermeáveis, não são. Faltam espaço e local adequado para a higienização dos funcionários.
“O material que recebemos é muito ruim e escasso, muitas vezes recebemos doações de máscaras da população”, conta Andrea. “Temos três tipos de avental que são distribuídos às equipes, o azul mais resistente (raramente enviado), o amarelo (mais frequente) e o branco que praticamente não protege ninguém”, explica a socorrista. Este último, segundo ela, é o material que tem sido enviado para as bases do Samu atualmente.
O condutor Luís Pardini diz que em bases da zona leste “faltam álcool e material para a limpeza dos carros.”
Funcionários também questionam os espaços dos alojamentos, considerados por eles inadequado por permitir aglomeração.
“Nós não temos o respaldo da secretaria, de ninguém, nossos macacões são antigos, faz tempo que não tem uma licitação para comprar um equipamento melhor”, diz Pardini. “Existe uma degradação do serviço”, completa Andrea.
O R7 entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, que informou, por meio de nota: “O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) conta com equipes de atendimento que seguem o protocolo pré-hospitalar a vítimas suspeitas de covid-19, elaborado por equipe técnica da coordenação do Samu, e não há relatos de eventos dessa natureza. Os EPI’s utilizados obedecem ao padrão da Anvisa e do Ministério da Saúde”.
A secretaria também informa que “em todos os atendimentos em que a vítima apresente sintomas gripais, a orientação do protocolo é que os mesmos coloquem máscara no paciente e acompanhante. O risco de infecção cruzada ocorre todas as vezes que as orientações sobre prevenção não são seguidas. Continuamos trabalhando para melhorar as condições de trabalho e orientando cuidados básicos aos servidores.”
(R7)