O subsecretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, anunciou que o Brasil registrou 488 casos suspeitos do novo coronavírus. Também disse que 240 casos foram descartados. No Rio Grande do Sul são 82 casos. No mundo, há 88.948 casos e 3.043 mortes, até esta terça-feira (3). Ao todo, 64 países já registraram casos.
O secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse que novos países serão incluídos na lista de suspeitos de coronavírus, entre eles, os Estados Unidos.
Ele também explicou que “cada vez mais, o cuidado com a prevenção e o cuidado com os pacientes, aqueles que têm maior predisposição a ter casos graves, são o que devem ter mais atenção das autoridades de saúde”.
Fake news sobre coronavírus
Reis criticou as notícias falsas (fake news) que estão circulando nas redes sociais. Citou o vídeo que fala do impacto do álcool em gel no teste do bafômetro.
“Isso tecnicamente é impossível. Ninguém vai ser multado em uma barreira de trânsito porque passou álcool gel nas mãos. O uso das fake news é muito prejudicial para toda a população. O uso do álcool gel é fundamental.”
Até o momento, o Brasil confirmou dois casos do novo coronavírus. Os pacientes moram em São Paulo e contraíram a doença durante visita recente à Itália.
Recentemente, o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Marcos Pontes, anunciou que o País prevê o investimento de R$ 10 milhões em pesquisas voltadas para mapeamento e sequenciamento do Covid-19.
Fiocruz inicia a produção de protótipos kits
Nesta semana, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) inicia a produção de protótipos de kits com insumos para a realização de 30 mil testes diagnósticos para o novo coronavírus. Diante da identificação dos primeiros casos no Brasil e da preparação para uma possível disseminação da doença em território nacional, o Ministério da Saúde encomendou à Fiocruz o desenvolvimento e a produção dos kits para diagnóstico laboratorial destinados a atender a rede de laboratórios públicos de todo o País. Os kits foram desenvolvidos pelos Bio-Manguinhos/Fiocruz (Institutos de Tecnologia em Imunobiológicos) e de IBMP (Biologia Molecular do Paraná)
Segundo orientação do MS, a Fiocruz também terá atuação no processo de descentralização e expansão da capacidade laboratorial para realização dos testes moleculares para detecção do novo coronavírus, o que inclui não apenas o desenvolvimento e a produção, mas também a capacitação de laboratórios públicos presentes em diversos Estados (Lacens) para a sua realização. A atividade será conduzida pelo Laboratório de Vírus Respiratório e Sarampo do IOC/Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz).
Referência Nacional em vírus respiratórios junto ao MS, o Laboratório já realizou a capacitação de especialistas dos Institutos Adolfo Lutz, em São Paulo, e Evandro Chagas, no Pará, além de técnicos do Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás e de nove países da América Latina, a partir de solicitação da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde). Atualmente, na rede pública nacional, somente estes laboratórios, além da Fiocruz, realizam os testes específicos para o novo coronavírus.
A Fiocruz tem a capacidade de produzir de 25 a 30 mil testes semanais e o ritmo de produção seguirá conforme a demanda do Ministério da Saúde.
Segundo o secretário de SVS/MS (Vigilância em Saúde), Wanderson Kleber de Oliveira, afirmou em entrevista coletiva na tarde de segunda-feira (2), a expectativa é de que, ao longo das próximas duas semanas, as regiões Norte (Amazonas, Pará e Roraima), Nordeste (Bahia, Ceará, Pernambuco e Sergipe), Sudeste (Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais), Centro Oeste (Distrito Federal e Mato Grosso do Sul) e Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) sejam capacitadas e que, em 20 dias, todos os laboratórios centrais estejam aptos a realizar os testes para diagnóstico do novo coronavírus.
Em 2020, a Fiocruz completa 120 anos. A entrega do teste COVID-19 em tempo recorde é fruto de competências instaladas e compromisso institucional com a saúde e a inovação.
“O kit nacional reforça e qualifica a capacidade já demonstrada pelo Ministério e pelo SUS na resposta à emergência global. São ações estratégicas de Estado”, finaliza o diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Maurício Zuma.
Fonte : (O Sul)