O Inter vendeu Praxedes e Vinicius Tobias, emprestou Léo Borges e João Peglow e ainda deve fazer pelo menos mais um negócio para fechar as contas do ano. Neste momento, segundo palavras de quem conhece, a situação financeira do Inter é “horrível”. Porém, a diretoria já decidiu que não irá enfraquecer ainda mais o grupo de jogadores para aplacar as dificuldades de caixa. Se as receitas não reagirem no segundo semestre, o clube fará outros sacrifícios, mas não deve vender jogadores importantes e nem adiará ou atrasará os salários do elenco.
Na coluna de despesas, o Inter seguiu à risca o planejamento no primeiro semestre. Porém, as receitas seguem caindo. O quadro social, por exemplo, que sempre foi importante fonte de dinheiro, já tem menos de 98 mil pagantes e alta inadimplência.
A queda prematura na Copa do Brasil também contribuiu, pois deixou o clube sem as altas premiações pagas pela CBF por cada fase disputada. O cenário, segundo análise dos dirigentes, só deve melhorar de fato quando as autoridades admitirem a presença de público no Beira-Rio, o que parece próximo de acontecer, pelo menos na Libertadores.
Se realmente não atrasar o pagamento dos salários e nem diminuir ainda mais a folha do futebol profissional, o clube terá que economizar em outras áreas. Pessoas consultadas pelo CP confirmam que uma nova redução do quadro de funcionários – em abril, o Inter já demitiu 63 funcionários – e a suspensão do fretamento de voos para transporte da delegação para os locais de jogos, principalmente da Libertadores, são estudadas neste momento. Nova negociação com fornecedores e o alongamento de empréstimos também se tornará inevitável se o atual cenário persistir.
Entre janeiro de abril deste ano, o Inter apresentou R$ 51,2 milhões de déficit. Ano passado, nos mesmos meses, o déficit foi de R$ 33 milhões. Os números foram apresentados para o Conselho Deliberativo, que esteve reunido para este fim no mês passado. De lá para cá, a situação só melhorou porque houve as vendas de Praxedes e Vinicius Tobias.
Meta prevê mais uma negociação
O Inter planejou arrecadar R$ 90 milhões com a venda de jogadores em 2021. Até agora, o clube fez três negócios, chegando próximo deste valor. Até agora, quase R$ 82 milhões ingressaram nos cofres colorados desde janeiro. Ou seja, mais um negócio, que nem precisaria envolver um titular, serviria para bater a meta.
O primeiro grande negócio da temporada envolveu a saída de Praxedes para o RB Bragantino por cerca de R$ 35 milhões no início do mês passado. O meia de 19 anos já é titular e um dos destaques do time paulista que disputa as primeiras posições do Campeonato Brasileiro.
Nas próximas horas, o Inter deve confirmar a saída de Vinicius Tobias para o Shakhtar Donetsk. Os valores são altos. O clube da Ucrânia vai pagar 7,2 milhões de euros (cerca de R$ 44 milhões) em duas parcelas: uma agora e outra em fevereiro, quando o jogador viaja e se apresenta. Além disso, o negócio pode render mais até 1,5 milhão de euros se Tobias atingir algumas metas estipuladas em contrato. Por fim, o Inter conserva 20% dos direitos de uma futura venda.
Além de Praxedes e Tobias, o clube está recebendo cerca de 450 mil euros (R$ 2,7 milhões) da venda do volante Charles, que estava no Ceará, para o FC Midtjylland, da Dinamarca. O Inter mantinha 50% dos direitos do jogador, que deixou o Beira-Rio no final de 2019. O Inter confirmou ontem a saída do técnico do time sub20. Fábio Matias, segundo a nota, vai acertar com o Flamengo
Fonte Correio do Povo