Ruas de ilhas de Porto Alegre seguem alagadas quase uma semana após temporais

Ruas de ilhas de Porto Alegre seguem alagadas quase uma semana após temporais

A Defesa Civil de Porto Alegre informou nesta segunda-feira que está monitorando os indicativos sobre a possibilidade de chuva a partir de quarta-feira na Capital, e ainda deverá emitir um alerta se houver indicação para tal. Nas ilhas, únicos locais com registros de problemas, conforme o órgão, as 15 pessoas que estavam no abrigo montado na Escola Estadual Alvarenga Peixoto, na Pintada, já voltaram para casa no último sábado, e as atividades na instituição de ensino retornaram à normalidade.

A segunda-feira foi de muito sol e calor em Porto Alegre, prenunciando novas ocorrências de chuva forte, conforme previsões da MetSul Meteorologia e da Sala de Situação do governo do estado. Na Ilha Grande dos Marinheiros, as águas do Guaíba e Jacuí já baixaram, permitindo a passagem de veículos e pedestres sem a necessidade de botas. No entanto, o comerciante Douglas Marcelino da Silva, 36 anos, relembra bem dos momentos na semana passada em que a água chegou ao seu pátio, na rua Nossa Senhora Aparecida, e demandou o uso do barco da família.

“Ficamos bastante apreensivos, mas, felizmente, a água não entrou em casa. Nos preocupamos muito mais com as crianças”, relatou ele, que estava na residência com a esposa, a dona de casa Tamara Neves, 30, e os três filhos do casal, Manuela, 14, Matheus, 13, e o pequeno Pedro, de apenas um ano e sete meses. “Tivemos conhecidos na região do Sans Souci, em Eldorado do Sul, que sofreram bastante com esta enchente, porém eles ficaram bem”, relatou ele. Apesar disto, ao menos uma casa ainda tinha o pátio alagado e havia muita lama em toda a extensão da via.

Já na Ilha da Pintada, a rua Nossa Senhora da Boa Viagem tinha, na manhã de hoje, pelo menos dois pontos com alagamento, mesmo quase uma semana após a tormenta mais recente. O aposentado José Cosme, 72, tem na beira do Guaíba um depósito de materiais para pesca, além de móveis e eletrodomésticos, colocados no alto por prevenção, e que termina em uma plataforma sobre o curso d’água. Ao lado, dando acesso à lancha da família, há uma rampa. Nesta segunda-feira pela manhã, ela estava cerca de 30 centímetros submersa, segundo afirmou Cosme.

O aposentado se disse apreensivo com as chuvas que ainda virão. “As pessoas daqui já estão acostumadas, todo inverno é assim. Tem gente que sonha morar nas ilhas, só que precisa estar atento a isso. No verão, é tranquilo. Agora de manhã está soprando o vento norte, e quando isso acontece, à tarde sopra o sul, que represa as águas. Em 99,9% das vezes é assim, e é com isto que nos preocupamos”, relatou ele.

Fonte Correio do Povo

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