O Brigadiano que confessou ter matado quatro homens da mesma família durante discussão numa pizzaria de Porto Alegre na madrugada de 13 de junho virou réu por suspeita de estupro de uma jovem de 20 anos.
O crime aconteceu, segundo investigação da Polícia Civil, na noite do dia 9 de janeiro deste ano na casa do PM Andersen Zanuni Moreira dos Santos, 25 anos, em Gravataí, na Região Metropolitana.
A denúncia pelo crime de estupro de vulnerável – em razão do estado de embriaguez no qual a vítima se encontrava – foi oferecida pela promotora de Justiça Ana Carolina de Quadros Azambuja em 5 de julho e aceita pela Justiça.
Outros dois policias militares também viraram réus pelo mesmo crime: Lucas Silva Borba e Leandro Lopes. Os três são soldados da Brigada Militar e ingressaram na corporação em dezembro de 2018.
A vítima disse em depoimento à Polícia Civil que a violência aconteceu na casa de Andersen durante uma festa. A jovem afirma que estava bêbada na ocasião e não se lembra dos fatos com clareza.
Relata ter tido um “apagão” e lembra de “flashes” quando estava no banheiro. Uma amiga chegou ao local, encontrou a vítima jogada no chão e um homem em cima dela. Conforme a Polícia Civil, três homens estavam no banheiro, um deles tendo relação com a vítima. A jovem disse em depoimento que teve receio de fazer a denúncia por todos os envolvidos serem policiais militares.
As 10 pessoas que estavam no local foram ouvidas. Os três réus disseram à polícia que não estavam bêbados e que a vítima não parecia embriagada. Andersen alegou que não teve relações com a vítima e disse ter visto a jovem se “insinuando para todos”. Admitiu apenas que entrou no banheiro quando a jovem estava no box, pediu desculpas e saiu. Também relatou que não viu ninguém ter relações naquela noite em sua casa e que levou a vítima e sua amiga para casa.
Na Polícia Civil, a investigação foi conduzida pela titular da Delegacia da Mulher de Gravataí, delegada Karina Salvagni Heineck, que indiciou os três PMs por estupro.
O comandante-geral da BM, coronel Vanius Santarosa, afirma que a corporação irá aplicar o rigor da lei e que não compactua com esse tipo de comportamento.
— Não temos tolerância nenhuma nesse aspecto por parte da BM. Não podemos ter entre nós pessoas com esse tipo de mancha.
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