Um dos foragidos mais procurados do Rio Grande do Sul, apontado como chefe de uma facção do Vale do Sinos, foi capturado no fim do último domingo (15), em uma praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
A captura do gravataiense Fernando Luis do Val Junior exigiu uma estratégia peculiar da Polícia Civil gaúcha, que, para se disfarçar em meio aos cariocas, dispensou uniformes e optou por camisas de time de futebol.
O delegado Gabriel Borges, da 3ª Divisão de Investigações do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), conta que, assim que souberam da localização do homem investigado, por meio de ferramentas tecnológicas, ele e outros dois policiais deslocaram-se do RS para o Rio de Janeiro.
No Estado, passaram a monitorá-lo, até que avistaram o momento em que ele chegou a um restaurante de alto padrão na Barra da Tijuca. Val Junior estava acompanhado da esposa, dos enteados e do cunhado.
De chinelo, bermuda e camiseta, os agentes entraram no estabelecimento. O objetivo era prendê-lo sem chamar atenção, especialmente pelo nível de periculosidade do chefe de facção.
“Nós colocamos camisetas do Botafogo, do Flamengo, do Fluminense, como se fôssemos pessoas locais fazendo uma refeição, e isso possibilitou que a gente chegasse ao lado dele sem que ele percebesse que éramos policiais. Conseguimos fazer a prisão sem nenhuma intercorrência”, detalha Borges.
Foragido número um do RS
Val Junior foi capturado no domingo após inúmeras fugas e vida de luxo no exterior. Conforme o delegado, ele entrou para o mundo do crime há pouco mais de uma década.
Sua atuação começou com práticas de estelionato. A proximidade com grandes lideranças por vínculos parentais fez com que passasse a praticar outros crimes patrimoniais, além de lavagem de dinheiro com uso de pedras preciosas.
Piloto de corrida automobilística e de aeronaves, entrou, mais tarde, para esquema de tráfico internacional de drogas, envolvendo o transporte de cocaína de países produtores, como Peru e Bolívia, para o Rio Grande do Sul.
O foragido era procurado pela Interpol e estava escondido em Orlando, nos Estados Unidos, desde o início de 2022.
No mesmo ano, ele foi um dos principais alvos da Operação Kraken, deflagrada pela 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Sapucaia do Sul contra a maior organização criminosa do Sul do País, na qual exerce papel de chefia.
Chefe de facção da região mais procurado do RS é preso no Rio de Janeiro após fugas e vida de luxo no exterior.
Criminoso escapou diversas vezes e montou base em Orlando, nos EUA, onde também tinha empresa para lavagem de dinheiro.
Contraponto
Por nota, o advogado Jeverson Valter Leonel Barcellos, que representa Fernando, disse que o seu cliente “retornou ao Brasil para se apresentar à Justiça, já que tem audiência marcada para o mês de março na 1ª Vara Criminal de São Leopoldo.
Reside com a esposa e a filha em Porto Alegre, somente saiu do país para resolver problemas pendentes com uma empresa que tinha nos USA, viajando quando estava em liberdade provisória.
Após foi revogada a soltura deferida em liminar do habeas corpus, motivando o mandado de prisão preventiva. Vai se defender nos processos e provar a sua inocência, já que não possui condenação.”
Fonte Jornal NH