A Polícia Civil concluiu nesta semana o inquérito policial que investigava o atropelamento de duas irmãs, de 2 e 3 anos, além da avó, na véspera da Sexta-Feira Santa, em Novo Hamburgo.
Conforme o delegado Tarcísio Kaltbach, da 1ª Delegacia de Polícia, o motorista do Audi, Jonas Martinelli, de 27 anos, foi indiciado por praticar lesão corporal culposa (sem intenção) na direção de veículo automotor, bem como por afastar-se do local do acidente.
Ambos os crimes estão previstos no Código de Trânsito Brasileiro. Em caso de condenação, a falta de socorro às vítimas pode agravar a pena.
Segundo o delegado, outras informações sobre a investigação não serão repassadas à imprensa, já que o inquérito policial está em sigilo.
Além dos depoimentos das testemunhas, a Polícia analisou imagens de câmeras de segurança, que registraram o momento do acidente e a ação do condutor logo após o crime. O material, no entanto, não será divulgado pela Polícia na intenção de preservar as vítimas e o investigado.
Jonas está preso preventivamente há uma semana no Presídio de Sapucaia do Sul. Ele já havia sido preso em flagrante, mas pagou fiança de R$ 3 mil e foi liberado na ocasião.
O advogado de Jonas, Leonardo Brunetti Macedo, diz que o inquérito reforça o que a defesa já havia salientado. “O fato ocorreu fora da faixa de pedestres, conforme relatado pela vítima, avó das crianças”, sustenta. “Há provas, como já havia mencionado em outra ocasião, de que a dinâmica dos fatos é diferente daquela sustentada inicialmente, inclusive por pessoas, em redes sociais, que não presenciaram o ocorrido”, acrescenta o advogado.
O atropelamento
O atropelamento aconteceu no dia 1º de abril, uma quinta-feira, na Avenida Primeira de Março, no Bairro Pátria Nova. Naquele dia, as irmãs Luana e Helena Freitas Peteffi, de 2 e 3 anos, estavam passando a tarde com a avó. A pedido das crianças, as três saíram a pé para comprar alguns itens no mercado, a pouco mais de uma quadra de distância. No retorno para casa, por volta das 15 horas, elas atravessavam a avenida, perto da Rua Itú, quando foram atingidas por um Audi.
“Elas atravessaram até o canteiro central e, posteriormente, estavam indo até a calçada. Ele [o motorista do Audi] vinha no sentido Maxxi-Centro. Um senhor reduziu a velocidade para elas terminarem a passagem delas até a calçada. Esse rapaz vinha um pouco mais rápido, chegou a bater no carro do senhor e pegou elas no cordão da calçada”, relata o pai das meninas, Ismael Peteffi.
Embora atingida, a avó não precisou ser hospitalizada. Quem acabou socorrendo as meninas foi um “anjo da guarda”. A mulher, desconhecida, parou para reanimar a mais nova, que estava desacordada. As duas foram levadas ao hospital em um carro particular. Testemunhas relatam que Jonas chegou a sair do carro, dirigiu-se até as crianças, mas, na sequência, deixou o local. Ele retornou à mecânica onde trabalhava e, lá, foi encontrado pela polícia no mesmo dia. O Audi seria de um cliente do estabelecimento.
Helena ganhou alta dois dias depois. Luana, segundo a família, até esta quinta-feira (15), seguia internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regina para onde foi transferida.
Fonte JORNAL NH