Um soldado da Policia Militar de Goiás (PMGO), de 32 anos, foi preso suspeito de matar a tiros a esposa, de 28 anos, e a enteada, de 3, em Rio Verde, no sudoeste do estado. O crime foi descoberto depois que o PM Rafael Martins Mendonça ligou para um amigo, também policial, dizendo que tinha feito uma besteira e iria se matar.
O caso aconteceu nessa quarta-feira (14/12). Outra enteada do PM, de 5 anos, também foi baleada e está internada. A esposa, Elaine Barbosa de Sousa, e a filha, Ágatha Maria de Sousa, morreram na hora
Segundo o boletim de ocorrência da PM, a corporação foi acionada, via telefone, para um caso de briga de casal. Ao chegar no local, a equipe de deparou com o PM deitado ao lado de uma das enteadas que apresentava ferimento a tiros. “Ao ver a equipe do CPE ficou exaltado e foi necessário contê-lo com uso da força e algemamento”.
De acordo com o documento, Rafael e o amigo mantiveram contato por telefone até que outro PM chegasse ao local. Ao atender a porta o autor estava armado, chorando, gritando, ameaçando se matar e, ao tentar sacar a arma, foi contido pelo colega militar.
A esposa do amigo entrou no imóvel e encontrou a mulher e uma das enteadas de Rafael já sem vida. O Serviço de atendimento Móvel de Urgência (Samu) também foi acionado e levou a outra criança a uma unidade de saúde para atendimento médico. Conforme o boletim, a menina estava consciente.
Bêbado
Em depoimento à polícia, o soldado Rafael disse que fez ingestão de bebida alcoólica antes do crime, mas não se sentia embriagado, pois estava bem. Ele também disse que conhecia as vítimas há dois anos. Ele tinha antecedente criminal por porte ilegal de arma de fogo e embriaguez ao volante. O soldado não comentou detalhes do crime e usou o direito constitucional de permanecer em silêncio.
A vítima baleada que sobreviveu disse para uma enfermeira que, no momento do crime, Elaine estava esfriando a comida da filha para o jantar quando o PM chegou repentinamente e efetuou os disparos.
Afastado
De acordo com a Polícia Civil, Rafael estava afastado do serviço nas ruas e realizava trabalhos administrativos em razão de problemas psicológicos.
Já a PM lamentou o crime, disse que vai prestar todo apoio à família das vítimas. A corporação ressaltou que o militar estava de folga no momento do assassinato e não usava arma da polícia. Um Procedimento Administrativo Disciplinar foi aberto para tomar as medidas necessárias. O soldado está no presídio militar da cidade.
Ainda segundo o boletim de ocorrências, Rafael tinha duas armas em casa, que foram compradas de forma particular. Elas foram apreendidas.
Fonte: Metropoles