Pilotos descrevem as luzes misteriosas que enxergaram no céu do RS

Pilotos descrevem as luzes misteriosas que enxergaram no céu do RS

Ao longo dos séculos, perdura o interesse da humanidade em responder à pergunta: existe vida inteligente em outros planetas? É um questionamento que está no ar.

Cientistas, pesquisadores e estudiosos por todo o mundo não tiram os olhos do céu, esperando sinais do que possa ser um indicativo que não estamos sozinhos no universo.

Invariavelmente, surgiam borrões luminosos em fotografias e vídeos escuros que não faziam mais do que instigar a imaginação da população. Tudo isso mudou nos últimos dias.

O aparecimento de luzes no céu do Rio Grande do Sul ao longo da última semana levantou debates e todo o tipo de teorias conspiratórias sobre a origem dessas fontes luminosas que ascenderam no céu. O que começou com relatos de pilotos da aviação civil das companhias aéreas Azul, Gol e Latam, reportados à central de tráfego aéreo, culminou em registros de gaúchos, de pontos distintos do RS, relatando os fenômenos.

Aos 56 anos, 34 deles passados na aviação civil, o comandante Daniel Medina Guimarães foi um dos primeiros a avistar as estranhas luzes. Ele havia decolado de Brasília, na noite do dia 4, primeira sexta-feira de novembro. Ele conta que foi ao iniciar o procedimento de pouso no Aeroporto Salgado Filho que enxergou pela primeira vez o estranho fenômeno.

“Eu achei que fosse um satélite. Até porque é muito comum nessa época do ano e cheguei a comentar com o meu colega. De repente percebi não ser o caso. Era uma luz muito forte. Tinha uma intensidade mais brilhante que qualquer luz que eu já tinha visto e com cores misturadas entre o vermelho e o verde. O que chamou atenção também foi o movimento circular. E isso não acontece com luzes de satélites”, explica.

O piloto lembra que o momento do primeiro avistamento aconteceu pouco antes da meia-noite, quando o avião estava passando próximo à região de Gramado e Canela, a 11 mil metros do chão. Em sua perspectiva, as luzes estavam acima, a aproximadamente 13 mil ou 15 mil metros. À medida que o voo se aproximava de Porto Alegre, o brilho e a intensidade das luzes aumentavam.

“Nós calculamos que estavam ao sul da Lagoa dos Patos quando foi possível ver bem direitinho. Eram duas luzes, que aumentavam e diminuíam, dependendo do movimento, que era rápido e circular. A gente não comunicou o que viu de imediato, porque não tinha muita certeza. O voo na frente informou e quando o rádio da torre de controle nos chamou, apenas confirmamos que também avistamos as luzes”, relata Guimarães.

Opinião mais realista

Comandante da aviação civil há mais de 20 anos, Cristian Yanzer, 44, também avistou as luzes durante um voo entre Brasília e Porto Alegre na noite da última segunda-feira (7). Para o piloto, as luzes que vêm sendo vistas por colegas no sul do continente não passam do reflexo de satélites Starlink que estão no céu, uma das possibilidades apontada também pelo ufólogo Rafael Amorim. Yanzer afirma não haver mistério nenhum em torno do que aconteceu na última semana.

“Eu estava a 34 mil pés quando observei os pontos luminosos. O céu estava claro e foi possível ver sem dificuldade a movimentação das luzes dos satélites Starlink à distância sobre o Rio Grande do Sul e Uruguai”, expõe.

Comandante Cristian Yanzer viu as luzes na segunda-feira do dia 7 de novembro
Comandante Cristian Yanzer viu as luzes na segunda-feira do dia 7 de novembroFoto: ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO

O piloto explica que o entrelaçamento de satélites que passam em um mesmo ponto do céu cria um efeito que pode parecer um fenômeno, mas não é. Ao se cruzarem sob a luz do Sol ou da Lua, criam luzes fortes e impossíveis de não serem notadas devido à movimentação.

“Foram muitos satélites Starlink colocados no espaço recentemente. A luz do Sol ou da Lua reflete sobre eles e cria efeitos como os que foram vistos nos últimos dias no sul do Brasil. Não há nada demais nisso, apesar de todo o barulho que tem sido feito em torno das luzes”, opina Yanzer.

Astrofotógrafo virou madrugadas para capturar imagens

Fotógrafo que é referência em astrofotografia na América do Sul, Gabriel Zaparolli, 21, virou madrugadas em Torres desde a noite do último dia 5 para registrar os fenômenos com equipamentos de alta precisão. Foram horas e horas mirando o céu. Ele não foi o único. A movimentação teria atraído profissionais de diversas partes do País na tentativa de tornar o impossível possível.

“Foi uma ‘loucurada'”, conta o jovem. “As observações começaram ainda no final de semana passado, quando os primeiros objetos começaram a aparecer e continuaram durante a semana. Foi estranho observar aquilo sem ter uma explicação lógica. O brilho variava entre intenso e fraco. Descartei logo de cara se tratarem de aviões ou drones, porque os objetos apareciam em direções contrárias, era rápido e fazia curvas”.

Trabalhando há cinco anos como astrofotógrafo e caçador de tempestades, Zaparolli diz que suas lentes nunca haviam captado nada parecido. As imagens estão passando por um processo de análise e filtragem até que o especialista chegue a uma conclusão plausível.

“Podem ser satélites refletindo a luz do Sol, porém pelo horário das 23 horas, quando captei a primeira aparição seria meio impossível”, observa. “Mas estamos analisando com todo cuidado para ter as observações precisas sobre esses eventos. Por enquanto, não há como negar que se tratam de Objetos Voadores Não Identificados. É a única certeza”, afirma.

Confira vídeo feito por Zaparolli

Força Aérea Brasileira está monitorando

A Força Aérea Brasileira (FAB) se posicionou oficialmente sobre o assunto, limitando-se ao mínimo. Em nota, apontou que o controle do espaço aéreo aconteceu dentro da normalidade, não havendo registros de ocorrência aeronáutica no Estado do Rio Grande do Sul ao longo da semana. Nenhum objeto desconhecido foi identificado pelos radares de defesa aérea, segundo a FAB. Também não ocorreram decolagens de caças F-5 da Força Aérea Brasileira para suposta verificação.

Já na quinta-feira (10), a Base Aérea de Canoas (Baco) deu início a mais uma etapa militar do exercício Escudo-Tínia. O evento que contou com a participação de esquadrões de todo o Brasil estava planejado há meses. Embora sem relação com os recentes eventos no céu do RS, foi impossível para o comando e pilotos ficar indiferente ao tema que dominou as conversas na semana. Comandante da Base Aérea de Canoas, o coronel-aviador Marcelo Zampier Bussmann comentou sobre as luzes.

“O Departamento do Espaço Aéreo, que cuida disso, afirma que não houve nenhum contato (Colisão) e nenhum indício de perigo”, afirmou. “Mas a Força Aérea Brasileira já está monitorando, utilizando equipamentos que possam registrar eventuais movimentos. Por enquanto, nada foi detectado”.

O que dizem as companhias aéreas?

Os pilotos que registraram os fenômenos no céu são oriundos das companhias aéreas Latam, Azul e Gol. Em nota, a Latam informou que os seus tripulantes são treinados e orientados a reportarem qualquer eventualidade de forma imediata ao controle de tráfego aéreo para as devidas orientações.

A companhia reitera que segue os mais elevados padrões de segurança, atendendo aos regulamentos das autoridades nacionais e internacionais. Também a Azul, por meio de
nota, informou que seus tripulantes seguem os mais rigorosos protocolos de segurança e que, qualquer eventualidade, é comunicada imediatamente ao controle de tráfego  aéreo e segue para investigação das autoridades competentes.

Já a Gol, até o fechamento desta reportagem, na noite de sexta-feira (11), não se pronunciou sobre o assunto.

Fraport Brasil

 Administradora do Aeroporto Salgado Filho, a Fraport Brasil também foi questionada sobre as luzes no céu de Porto Alegre e se limitou a encaminhar uma nota oficial apontando que “não recebeu nenhum reporte ou registro neste sentido”.

Relatório norte-americano admite não ter explicação para muitos avistamentos

Em uma iniciativa inédita, o Pentágono americano divulgou, no dia 25 de junho de 2021, um relatório detalhado com a conclusão parcial de um estudo sobre 144 Objetos Voadores Não-Identificados (Ovnis) registrados pelas forças armadas dos Estados Unidos desde 2004. O relatório afirmava que só um dos 144 casos de observação de Ovnis tinha explicação. Tratava-se de “um grande balão vazio”. O relatório apontava que não há indícios de que os objetos voadores sejam extraterrestres, mas também não descartou essa possibilidade. Vídeos de Ovnis filmados pelas forças armadas são classificados por muitos especialistas como prova incontestável da presença extraterrestre na Terra.

Fonte Terra

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