A Petrobras anunciou hoje um aumento de 18,7% no preço da gasolina e de 24,9% no preço do diesel nas refinarias, a partir de sexta-feira. O gás liquefeito de petróleo (GLP) também será reajustado, em 16%.
A estatal estava há 57 dias sem mexer os preços do diesel e da gasolina e há 152 segurando reajustes no gás de cozinha. Após o anúncio do reajuste, as ações da estatal chegaram a saltar mais de 5%, mas perderam o ímpeto.
Em nota, a companhia justificou que o movimento se dá “no mesmo sentido de outros fornecedores de combustíveis no Brasil que já promoveram ajustes nos seus preços de venda” e destacou que, apesar da disparada dos preços internacionais do petróleo e seus derivados nas últimas semanas, como decorrência da guerra na Ucrânia, a companhia decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato.
“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, esclareceu a petroleira.
A Petrobras também alega que o reajuste visa a dar “condição de equilíbrio econômico para que os agentes importadores tomem ação imediata, e obtenham sucesso na importação de produtos de forma a complementar o suprimento de combustíveis para o Brasil”.
A partir de amanhã, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A para a composição da gasolina vendida nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,37, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba, ou seja, um aumento de R$ 0,54 por litro.
Já para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras para as distribuidoras passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro. Considerando a mistura obrigatória de 10% de biodiesel e 90% de diesel A para a composição do diesel comercializado nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 3,25, em média, para R$ 4,06 a cada litro vendido na bomba, um aumento de R$ 0,81 por litro.
No caso do GLP, o preço médio de venda para as distribuidoras passará de R$ 3,86 para R$ 4,48 por quilo, equivalente a R$ 58,21 por cada botijão de 13 quilos (P13) – refletindo um reajuste médio de R$ 0,62 por quilo.
A companhia esclareceu que novos valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial, e que a empresa mantém o monitoramento contínuo do mercado “nesse momento desafiador e de alta volatilidade”.
O anúncio ocorre em meio ao debate no governo de como conter a alta dos combustíveis. Matéria do Valor de hoje traz que, em um cenário de impasse, com os ministros divididos quanto à melhor fórmula para conter a alta dos combustíveis, e evitar desabastecimento, o governo decidiu agir em duas frentes.
Enquanto aposta na aprovação do pacote de projetos no Senado, técnicos elaboram, em paralelo, o modelo de um subsídio de curto prazo, que poderá ser criado por medida provisória.
Fonte Valor Economico