O juiz da Alta Corte Britânica, Martin Alexander Griffiths, afirmou que o pai da adolescente que foi encontrada morta com larvas no corpo no País de Gales mandou a filha parar de gritar poucas horas antes de a jovem falecer. Segundo autoridades, a menina vivia “em condições impróprias para animais” e usava tapetes de cachorro para ir ao banheiro.
Durante sentença, Griffiths disse que Alun Titford, de 45 anos, ignorava o cheiro e a sujeira que saíam do quarto de Kaylea Titford, de 16 anos, que tinha um defeito na coluna vertebral que a tornava dependente dos pais.
De acordo com o juiz, em matéria publicada pelo The Mirror, Kaylea já tinha bloqueado o celular pela última vez em vida quando recebeu mensagens do pai para parar de gritar.
“A reação do pai dela aos gritos foi enviar uma mensagem dizendo para ela parar duas vezes. Ele não foi ver o que era nem deu nenhum tipo de ajuda de que ela precisava. Ela foi deixada para morrer sozinha”, disse o juiz na sentença.
A promotora Caroline Rees afirmou que foram encontradas diversas mensagens no celular de Kaylea que atestam o abandono dos pais. A adolescente havia avisado, inclusive, que sua perna estava “vazando”, mas não obteve a resposta que esperava da mãe, Sarah Lloyd-Jones, de 40 anos.
“Pelo amor de Deus”, rebateu Lloyd-Jones em uma troca de mensagens.
Kaylea também avisou aos pais que pequenos insetos estavam pousando no corpo dela. A mãe, por sua vez, respondeu: “Eles gostam de você hahaha”.
Durante o julgamento, foi informado à corte que Titford e Lloyd-Jones gastaram mais de R$ 6.300 em delivery e bebidas calóricas nos três meses que antecederam a morte de Kaylea, o que explica o sobrepeso da adolescente.
“Você, Sarah Lloyd-Jones, mãe dela, e você, Alun Titford, pai dela, causaram a morte dela por negligência chocante e prolongada durante a pandemia”, afirmou Griffiths.
Titford foi condenado a sete anos e seis meses de prisão, enquanto Lloyd-Jones já cumpre uma pena de seis anos em regime fechado.
Fonte: R7