Uma adolescente de 13 anos fugiu de casa e procurou a ajuda do pai para fazer uma denúncia contra o padrasto, com quem divide a casa juntamente da mãe e da irmã, de 15 anos.
A menina foi levada até Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas na semana passada e relatou que está, há cerca de um ano, sendo abusada sexualmente pelo homem de 45 anos.
De acordo com a Polícia, a adolescente também acrescentou que os estupros tornaram-se, com o passar do tempo, cada vez mais frequentes.
Na manhã desta segunda-feira (27), a Polícia Civil cumpriu o mandado de prisão preventiva do suspeito em sua própria residência no bairro Mathias Velho, em Canoas.
Segundo o delegado Pablo Queiroz Rocha, que conduziu a apuração, uma das irmãs da vítima também teria sofrido abusos entre os 12 e os 15 anos.
A jovem cometeu suicídio no começo de 2022, pouco tempo após completar 18 anos. “Não podemos afirmar que ela cometeu suicídio devido aos abusos que sofria em casa, por causa do padrasto, mas pode-se dizer, sem dúvida, que os crimes devem ter afetado gravemente o estado psicológico da adolescente”, e mesmo assim a mãe não fez nada para proteger as outras filhas, avalia o delegado.
Rocha aponta que, como indício incontestável dos abusos cometidos pelo suspeito, foram encontradas várias fotografias das duas enteadas nuas no celular do homem preso. As imagens simulavam posições de sexo. “Isso é um absurdo completo. Ele não apagou nem as imagens da enteada que havia morrido, o que é mais impressionante.”
O delegado não descarta que a outra enteada do suspeito, atualmente com 15 anos, tenha sido igualmente vítima dos crimes, embora não tenha encontrado nenhuma imagem dela no telefone celular. “Por enquanto, não temos nada que confirme o crime, mas ela será ouvida nesta semana e pode esclarecer alguns pontos em torno da investigação.”
A Polícia também investiga a mãe das meninas, que mantinha um relacionamento há nove anos com o suspeito.
Para denunciar
O delegado Pablo Rocha reforça mais uma vez a importância das denúncias ao menor sinal de abuso.
“Estas jovens não precisavam ter sofrido durante tanto tempo se houvesse alguma denúncia”, frisa.
“Qualquer informação pode ser de grande ajuda para livrar um menor de uma situação assim”, adverte. “Pode ser tio, amigo ou vizinho. Quanto maior o envolvimento da comunidade, melhor.”
A Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas recebe denúncias pelo telefone (51) 98459-0259 ou através do WhatsApp (51) 98519-0943. Quem preferir, pode usar o disque-denúncia 181 da Polícia Civil.
Fonte Jornal NH