Novas medidas de restrição podem ser anunciadas pela Prefeitura de Porto Alegre na próxima quarta. Não há uma garantia, mas o secretário extraordinário de Enfrentamento do Coronavírus de Porto Alegre, Bruno Miragem, afirmou que na reunião do Comitê Temporário de Enfrentamento ao Coronavírus, realizada na manhã de hoje, foram analisados os cenários elaborados pela equipe técnica de mobilidade e pontuados alguns aspectos. “Estamos nesse momento e esses aperfeiçoamentos ficaram de ser feitos para uma nova análise na quarta-feira, na próxima reunião do Comitê”, afirma Miragem.
Segundo ele, o Comitê se reúne segundas, quartas e sextas-feiras, das 10h às 13h e, nesses encontros, são discutidas todas as possibilidades, sejam elas de restrições ou liberações das atividades econômicas. Agora, conforme Miragem, Porto Alegre está precisando de uma providência relativamente urgente. “Não temos uma data específica para definir as alternativas, mas precisamos ter uma medida bem dimensionada e com a relação de custo benefício definida e apropriada”, comenta.
Entre as estratégias que vêm sendo estudadas, conforme Miragem, está a possibilidade de restrição em ruas, barreiras sanitárias para conscientização das pessoas, restrição de certos espaços da cidade onde o monitoramento identifica aglomeração e mais restrições das atividades econômicas.
“Estamos estudando ainda qual o tipo de medida mais adequada”, frisa. Com relação a uma postura de abertura somente de mercados, farmácias e serviços de saúde na Capital, Miragem destaca que isso seria uma migração próxima do lockdown “e não é algo que, no Brasil, seja possível fazer”. “Foram situações até no mundo excepcionais, dentro de um convencimento social muito próprio. Não temos espaço na nossa realidade, na nossa cultura, não teria adesão da população, embora fosse uma medida que, se adotada corretamente, seria bastante eficaz”, enfatiza.
No momento, Miragem descarta essa possibilidade. “Não vejo como avançarmos para isso, com as restrições que temos, não temos adesão da população, seja por exaustão, necessidade econômica ou questionamento mesmo do risco da doença”, pontua, reforçando que, para ele, há pouco espaço para sugerir medidas mais graves. Apesar disso, Miragem reitera que, do ponto de vista epidemiológico, a solução mais eficaz seria um lockdown. “Toda a comunidade científica gaúcha tem se manifestado inclusive publicamente sobre essa questão”.
Uma ideia de uma restrição mais forte, pelo tempo certo, é uma alternativa ideal do ponto de vista teórico, mas a Prefeitura não vem identificado possibilidades para implementar um bloqueio mais rigoroso por conta da falta de adesão social. “Esse inclusive é um apelo do prefeito (Nelson Marchezan Júnior), quando ele diz que precisa do apoio das entidades representativas. Ainda há uma grande resistência de muitas delas”, reforça, lembrando que a divergência que está se estabelecendo não dá uma “maior segura” para que a Prefeitura venha a decretar um lockdown tão cedo.
Fonte Correio do Povo
