Passados dez dias da morte de Richard Oliveira Miranda, de 21 anos, a família ainda tenta entender o que aconteceu com o jovem que saiu de casa para se divertir e acabou morto. O crime aconteceu na saída de uma boate, em Canoas. Na madrugada de 25 de junho, como de costume, Marilei de Assis Oliveira, 38 anos, esperava ser acordada pela ligação do filho para abrir a porta. Em vez disso, foi acordada pelo irmão e soube que Richard havia sido esfaqueado. “Eu entrei em pânico na hora”, conta.
“Corri para o hospital. Pensei que ele tinha se machucado e precisava de ajuda, mas assim que cheguei no HPS (Hospital de Pronto Socorro), fui informada que estava morto. Me disseram que ele perdeu até a última gota de sangue enquanto estava atirado no chão do estacionamento da boate. Eu desabei ao ouvir aquilo”.
Ainda com dificuldades para se alimentar e dormir, a ajudante de motorista recebeu suporte para organizar uma passeata para pedir justiça pelo filho. A mobilização aconteceu na manhã de domingo (3). Ela esperava que, após uma semana, a Polícia Civil teria alguma resposta que apontasse o suspeito do homicídio. O medo, segundo a mãe, é que o caso seja esquecido e permaneça impune para sempre.
Richard foi ferido em uma briga que aconteceu no estacionamento de uma boate na Rua Anita Garibaldi, no bairro Centro, em Canoas. Marilei conta que já escutou diversas versões do que aconteceu: que ele teria sido esfaqueado ao defender duas mulheres; que esbarrou em um rapaz armado na saída da boate; e que houve uma briga generalizada na saída da casa noturna e o filho acabou agredido durante a confusão.
“Ninguém sabe me dizer o que aconteceu direito”, desabafa. “Eu queria que a polícia me dissesse o que houve, mas eles também não me dizem nada. Ele estava com uns quatro amigos, mas cada um conta uma coisa e me sinto cada vez mais perdida e cada vez mais sem chão. Porque o tempo está passando e só está sobrando a dor”.
Polícia Civil trabalha em lista de suspeitos
A morte de Richard Oliveira Miranda é investigada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas. As versões contraditórias também atrapalham o trabalho do delegado Robertho Peternelli que é responsável pelo inquérito. “Havia várias testemunhas no local e ouvimos com atenção a cada uma delas”, explica.
“Contudo, os relatos em torno da briga que terminou em morte são contraditórios e ninguém até agora apontou um suspeito como o autor do homicídio, mas temos uma lista de suspeitos que está sendo trabalhada e acreditamos que vai nos conduzir até o responsável pela morte”.
Peternelli diz ainda estar na expectativa para que as imagens captadas por câmeras de segurança na área possam esclarecer o que aconteceu. Ele aponta que até mesmo disparos de arma de fogo foram ouvidos pelas testemunhas. “Houve uma briga entre dois grupos e durante a briga uma vítima acabou morta a facadas. Poderiam ser socos e pontapés, mas teve faca e até arma de fogo no meio. Foi lamentável o que aconteceu. Esperamos conseguir apontar o autor do homicídio até o final da semana”.
Colegas de trabalho e do clube de futsal lamentam a morte de Richard
Richard Oliveira Miranda não tinha nenhuma passagem pela polícia. O jovem trabalhava no Camelódromo de Porto Alegre durante a semana e jogava futsal durante os finais de semana.
Carinhoso com a família, amigos e colegas, vem recebendo homenagens não apenas de parentes e amigos, mas também dos colegas no Camelódromo, no clube Ponte Preta em que atuava; e também na Escola Gonçalves Dias, onde completou o Ensino Médio.
“Ele era muito querido por todo mundo e nunca se envolveu em uma confusão assim”, afirma Marilei. “Nunca precisei ir no colégio por causa de uma briga ou desentendimento. O Richard era um menino bom e trabalhador”.
Fonte Diário de Canoas