‘Não dá pra sair de casa de noite’, diz marido da mulher ferida com bala perdida em Canoas

‘Não dá pra sair de casa de noite’, diz marido da mulher ferida com bala perdida em Canoas

Por volta de 18h30 de sexta-feira (13), criminosos armados efetuaram uma série de disparos em frente a uma padaria, na Avenida Rio Grande do Sul, no bairro Mathias Velho, em Canoas. O alvo era um homem de 28 anos que estava no local. Ele morreu na hora ao ser atingido por dois disparos.
Um dos tiros acabou acertando uma vítima sem qualquer relação com o caso. A dona de casa Maria Camargo, 65 anos, estava na frente do portão de casa, conversando com uma amiga, quando uma bala perdida atingiu o seu estômago. A vítima foi ao chão com o impacto.

Ela foi levada às pressas por uma comerciante até a emergência do Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) e desde então está internada com a bala alojada na “barriga”, segundo o marido, Franquelin Ferreira Nunes, que tem passado as noites com a mulher na cama de hospital.

“É uma tristeza muito grande para a gente saber que não dá para sair de casa de noite sem levar um tiro”, lamenta. “A gente estava tudo na ali na frente, parado e conversando, quando vê os guris chegaram e começaram a atirar. Minha mulher não tinha nada a ver com a briga deles”.

O trabalhador de 69 anos diz que os médicos se esforçaram, mas não conseguiram retirar a bala alojada no estômago da mulher. Conforme relata, ele trabalha fazendo carretos porque precisa, mas a vontade era largar tudo e levar a mulher para longe do bairro Mathias Velho.

“Eles cortaram toda a barriga da minha mulher, mas não conseguiram tirar a bala. E na minha opinião, acho que os médicos não vão conseguir tirar a bala da barriga dela. A vontade que a gente tem é de largar tudo, mas não dá. Nem eu e nem ela temos nada a ver com esta gente. Não temos inimigos. Acho que a gente não merecia estar passando por nada disso”.

Investigação avança

O caso é apurado pela Polícia Civil desde a noite de sexta. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas trabalha com a hipótese de que a vítima conhecia os autores dos disparos. Isso porque testemunhas ouviram uma discussão instantes antes que os tiros começassem. Pelo menos dois disparos atingiram o homem quase em frente a padaria.

“Surgiram alguns nomes desde o final de semana que estamos trabalhando em cima, então é possível dizer que há suspeitos para o crime, mas não há algo sólido o suficiente por enquanto para possamos pedir um mandado de prisão preventiva”, informou o delegado Robertho Peternelli, que responde pela Homicídios.

O delegado defende ainda que, conforme apontou a apuração, o crime que aconteceu na noite de sexta-feira não tem relação alguma com o homicídio e o incêndio criminoso cometidos no bairro na semana anterior.

“A hipótese, por enquanto, é que as duas mortes que aconteceram são casos totalmente isolados e sem conexão. É claro que houve a infelicidade de acontecerem em uma área próxima, o que aumenta a sensação de insegurança por parte da população que não sabe de nada disso”.

Fonte Diário de Canoas

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