A Polícia Civil confirmou na noite desta quinta-feira (6), que o motorista que atropelou um casal de ciclistas no final da tarde de segunda-feira (3), não tinha carteira de habilitação para dirigir caminhão.
Além disso, ele já havia se envolvido em outro acidente de caminhão com morte no ano de 1999, na RS-239, em Parobé. Na época, a vítima dirigia uma moto e faleceu no Hospital São Francisco de Assis, em Parobé.
Após o acidente de segunda-feira, quando faleceram Elaine Lira de Campos, de 52 anos, e Altair de Carvalho, 62, o motorista do caminhão foi encaminhado para a Delegacia de Polícia e, após prestar depoimento, foi liberado.
Inicialmente, ele deve responder por homicídio culposo de trânsito, quando não há a intenção de matar. No entanto, a investigação da Polícia Civil informa que sobre a ausência de habilitação específica para dirigir caminhão, “isso é mais um elemento a ser avaliado, junto aos demais que serão colhidos, no procedimento policial, para averiguar a conduta do suspeito”.
Elaine e Altair pedalavam pela estrada de Porto Palmeira, na localidade de mesmo nome, quando foram atingidos pelo caminhão que seguia no sentido Centro de Sapiranga. Com o forte impacto, Elaine e Altair morreram no local, com os corpos próximos das suas bicicletas. Os dois eram moradores do Loteamento Vitória, no bairro São Luiz, em Sapiranga, e o sepultamento ocorreu nesta quinta-feira (6), no Cemitério Bom Fim, do bairro Oeste.
O condutor do caminhão também é morador de Sapiranga. No local do acidente, para a Brigada Militar, ele disse que em razão do sol, não conseguiu enxergar o casal de ciclistas.
“Onde está nossa lei?”, desabafa familiar
Durante o velório e sepultamento do casal, o familiar João Reis questionou como o acusado poderia estar a tanto tempo dirigindo caminhão sem habilitação específica.
“Para nós, não tem nem palavras, uma tragédia aconteceu, uma pessoa imprudente no trânsito, uma pessoa que tem um caminhão, idoso, sem carteira, dirigindo caminhão.
Onde está nossa lei? Que lei é essa que temos no Brasil, que país é esse, que uma pessoa dirige caminhão faz tempo e as autoridades não tomam posição? São duas vidas, duas almas que se foram. E, agora, a família, como fica?”, desabafou.
(Jornal Repercussão)