Protetora dos animais, voluntária engajada com a doação de sangue e colorada fanática. Estas são algumas das características de Adriana Maciel, 55 anos, uma das vítimas fatais do ciclone no Rio Grande do Sul. Moradora de Esteio, Adriana foi encontrada sem vida dentro da casa onde morava, no bairro São Sebastião, no sábado (17).
Até as 16h55 de sexta (16), Adriana relatava, em seu perfil no Facebook, o desespero em ver a água subindo na Rua Theodomiro Porto da Fonseca e entrando no pátio da residência onde vivia com três cães e quatro gatos.
Em um dos posts, Adriana havia comentado não ter dormido na madrugada de quinta (15) para sexta, preocupada com uma das gatinhas, que ficara debaixo da casa. Horas depois, com a ajuda de um vizinho, o animal foi resgatado. “Tive que quebrar a parede para salvar minha felina, não me importo. O importante foi salvar”, escreveu Adriana. Veja post:
Segundo amigos e conhecidos, foi justamente o carinho que tinha pelos bichinhos de estimação que fez com que Adriana se recusasse a deixar a residência, sem conseguir levar todos eles junto. “Ela morreu por amor aos animais. Não quis sair por causa dos animais, porque os gatos não queriam sair”, comenta a amiga e coordenadora do Grupo Esteiense de Proteção aos Animais de Rua (Gepar), Dina Vicente.
Segundo Dina, a causa da morte de Adriana não foi confirmada. O corpo foi encontrado na cozinha, sob a geladeira. “Não se sabe se ela não havia retirado a geladeira da tomada e sofreu uma descarga elétrica e depois, com a água dentro da residência, a geladeira acabou caindo em cima dela”, supõe. Nos anúncios feitos pela Defesa Civil do RS, a causa da morte de Adriana consta como “afogamento”. Veja tweet:
Homem de 69 anos em Maquiné, morte por soterramento; homem de 29 anos em Gravataí, queda de telhado em área alagada; mulher de 55 anos em Esteio, morte por afogamento; mulheres de 92 e 57 anos em Maquiné, mortes após deslizamento de terra;
Segundo Dina, todos os animais de Adriana sobreviveram. Vizinha e amiga de Adriana, a técnica em enfermagem Janaína Santos, 45, conta que a tragédia abalou os moradores da rua. “A gente sente muito, foram muitas enchentes que vivenciamos juntos, sempre ajudando uns aos outros. Estamos muito arrasados, e em luto com tudo o que aconteceu”, lamenta.
Adriana era servidora da prefeitura de Esteio e trabalhava na Ouvidoria Municipal. O corpo dela foi sepultado na tarde de domingo (18), no Cemitério Dois de Novembro.
Um dos casos foi o do jovem Thiago Hendres de Oliveira, 23. O carro em que Thiago estava caiu no buraco e foi levado pela forte correnteza do Arroio Kruze. O irmão do jovem, que também estava no veículo, foi resgatado com vida pela Brigada Militar. O corpo de Thiago foi encontrado horas depois, na altura da Avenida Feitoria, no bairro São José.
A outra morte foi a de Nícolas Willian do Prado Carlos, 27 anos. Segundo a Polícia Civil, o corpo dele foi encontrado boiando por volta das 8 horas na Rua Bororé, no bairro Campina, que estava alagada. Policiais militares foram acionados para atender a ocorrência, mas precisaram contar como o apoio dos Bombeiros, que resgataram o cadáver com a ajuda de um barco. Ele teria recebido uma descarga elétrica.
Fonte Jornal NH
