Morre Tarcísio Meira, o eterno galã da TV brasileira, aos 85 anos

Morre Tarcísio Meira, o eterno galã da TV brasileira, aos 85 anos

Morreu nesta quinta-feira, 12, o ator Tarcísio Meira, aos 85 anos. Ele e a esposa, a atriz Glória Menezes, de 86, foram internados no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, diagnosticados com Covid-19. Glória apresentam sintomas leves, enquanto o ator precisou ser intubado.

Em entrevista, em 2019, o ator, que estrelava a peça O Camareiro , afirmou, então com 84 anos: “Artista não se aposenta. Quer trabalhar, enquanto houver trabalho para ele ”. Na conversa mesma, ele revelou o temor em relação à finitude da vida, dilema que também assolava o personagem vivido por ele na trama. “Ninguém gosta de pensar que o fim está chegando. Mas ele está chegando para mim. A esta altura da vida, muitos colegas da minha idade foram. Daqui a pouco, vou eu. Talvez eu deixe um vazio nas pessoas. ”

Nascido em São Paulo, no dia 5 de outubro de 1935, em São Paulo, Tarcísio Magalhães Sobrinho adotou o sobrenome da sua mãe, Meira, para a carreira artística. O nome se encaixava ainda numa superstição do ator pelo número 13: todas as letras somadas dão 13, e ele vivia no 13º andar de um prédio. Antes de ser ator, consolidado em seguir uma carreira diplomática, que logo foi deixada de lado quando ele foi reprovado no primeiro exame.

No fim dos anos 50, cedeu à sua vocação nos palcos de São Paulo. Foi no Grande Teatro Tupi, programa de teleteatro da extinta emissora, que ele atuou pela primeira vez com Glória Menezes, em 1961. Eles se casaram no ano seguinte, dando início a uma longa parceria na ficção e na vida real. Em 1964, nasceu o filho do casal, o também ator Tarcísio Filho.

Os dois foram da Tupi para a Excelsior antes de desembarcar na Globo, na novela Sangue e Areia , em 1967, quando ele e Glória colocaram de vez no imaginário nacional a imagem do casal queridinho do país. Uma parceria com uma emissora durou até 2020, quando ambos tiveram os contratos com o canal encerrados. Na pele de João Coragem, sem sucesso Irmãos Coragem (1970), Tarcísio tornou-se tornado o símbolo do galã nacional.

Glória Menezes e Tárcisio Meira na novela
Glória Menezes e Tárcisio Meira na novela “Irmãos Coragem”, de 1970 // TV Globo
Glória Menezes, Tarcisio Meira e Theresa Amayo, na novela 'Sangue e Areia', de 1967
Glória Menezes, Tarcisio Meira e Theresa Amayo, na novela ‘Sangue e Areia’, de 1967 Cedoc / TV Globo

Nos anos 80, optou por se desvencilhar da imagem de bom moço com papéis que iam do macho alfa destemido, passando pela comédia, até personagens homossexuais. Destacam-se dessa época, o filme O Beijo no Asfalto (1981), de Bruno Barreto, baseado na peça de Nelson Rodrigues, no qual seu personagem beijava na boca o de Ney Latorraca; sua interpretação do cômico Felipe em Guerra dos Sexos (1983), de Silvio de Abreu; o portentoso Rodrigo Cambará, na série O Tempo e o Vento (1985); e o vilão Renato, em Roda de Fogo (1986).

Caio Junqueira e Tarcísio Meira na minissérie 'Desejo' da Globo exibido em 1990
Caio Junqueira e Tarcísio Meira na minissérie ‘Desejo’ da Globo exibido em 1990 Divulgação / TV Globo
Glória Menezes e Tarcísio Meira na novela 'A Favorita', de 2009
Glória Menezes e Tarcísio Meira na novela ‘A Favorita’, de 2009 Frederico Rozario / TV Globo

Entre novelas, séries e teleteatros, Tarcísio carimbou seu nome em mais de 60 trabalhos. Entre os títulos mais marcantes estão Saramandaia (1976), Roque Santeiro (1985), Araponga (1990), Fera Ferida (1993), O Rei do Gado (1996), Hilda Furacão (1998), O Beijo do Vampiro (2002), A Favorita (2008), e Velho Chico (2016). Seu último trabalho na TV foi uma novela global Orgulho e Paixão (2018), na pele de um inglês industrial.

 

Fonte Veja

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