A atriz Léa Garcia morreu nesta terça-feira (15), aos 90 anos. Ela estava em Gramado, onde seria homenageada no 51º Festival de Cinema de Gramado com o troféu Oscarito, pelo conjunto da obra, na manhã desta terça. A informação foi confirmada pelos familiares nas redes sociais da artista.
“É com pesar que nós familiares informamos o falecimento, agora na cidade de Gramado, no Festival de Cinema de Gramado, da nossa amada Léa Garcia”, diz a postagem.
A atriz sofreu um infarto, conforme informou o filho dela, Marcelo Garcia, que a acompanhava na viagem. Ela chegou a ser encaminhada ao Hospital Arcanjo São Miguel, mas não resistiu.
Léa chegou a participar do tapete vermelho do evento no último sábado (12). A cerimônia de entrega do Oscarito, com homenagem a ela e Laura Cardoso, estava programada para ocorrer nesta terça. Em nota, a organização do evento lamentou a morte da artista e informou que “possíveis alterações na programação do Festival de Gramado serão anunciadas em breve”.
Nascida no Rio de Janeiro, Léa começou a atuar aos 19 anos, na peça Rapsódia Negra, de Abdias do Nascimento. Ao longo da carreira, a atriz participou de mais de cem produções no cinema, no teatro e na televisão, e recebeu quatro Kikitos pelos filmes As Filhas do Vento (2005), Hoje Tem Ragu (2008) e Acalanto (2012).
Em 1957, a atriz foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes, por Orfeu Negro. Ao longo da carreira, ela buscou quebrar barreiras:
— A homenagem reflete o reconhecimento de uma trajetória digna e plena de amor pela arte. Contudo, faço uma reflexão: como incorporar o negro no processo produtivo da cinematografia do Brasil? Não podemos assistir cinema apenas como entretenimento, há a necessidade de promovê-lo e debatê-lo em todos os aspectos — refletiu ela, recentemente, em entrevista a Donna.
Léa destacou-se em novelas como Selva de Pedra (1972), Escrava Isaura (1976), Xica da Silva (1996) e O Clone (2001). No ano passado, ela atuou nos longas Barba, Cabelo e Bigode, Pacificado e O Pai da Rita.
Segundo a colunista Anna Luiza Santiago, do jornal O Globo, a artista tinha sido convidada para interpretar Inácia no remake de Renascer, que substituirá Terra e Paixão na faixa das nove da Globo. A personagem vivida por Chica Xavier (1932-2020) na versão de 1993 do folhetim de Benedito Ruy Barbosa era empregada da casa de José Inocêncio (Antonio Fagundes).
Fonte GZH