Um homem de 39 anos que teve a mão decepada durante uma briga em Blumenau no último dia 16 de outubro, teve o membro reimplantado pela equipe médica do Hospital Santo Antônio.
De acordo com a equipe médica, a agilidade no socorro à vítima foi essencial para que o reimplante fosse bem-sucedido. Entre o primeiro atendimento e o procedimento médico no centro cirúrgico foram apenas duas horas.
A cirurgia em si durou mais de seis horas. Os cirurgiões especialistas em mãos Filipe Pimont Berndt e Gustavo Schweigert, acompanhados por uma equipe formada por anestesista, cirurgião, residentes, enfermeiros e técnicos de enfermagem trabalharam para reimplantar a mão do paciente.
O cirurgião Filipe Pimont Berndt explica que a cirurgia foi altamente complexa. Precisaram ser recuperadas duas artérias, cinco veias, 24 tendões, três nervos e os ossos.
“A agilidade de como ocorreu o atendimento até o paciente ser levado ao centro cirúrgico foi imprescindível para a mão ser reimplantada com ótima perfusão”, avalia.
O paciente, que teve a identidade preservada, falou da importância de saber como proceder nesses casos para garantir que o membro amputado pudesse ser reimplantado.
“Sempre gostei de ver séries sobre hospitais e quando ocorreu eu tive muita cautela, não entrei em desespero. Literalmente, posso dizer que eu salvei meu próprio membro para fazer o reimplante, pois quando todos da minha família estavam desesperados, eu consegui ter discernimento para colocar em uma sacola e depois colocar no gelo. É importante que a população saiba como agir caso ocorra com alguém próximo a você”, diz.
De acordo com o Hospital Santo Antônio, este caso já é o quinto reimplante de mão a partir do punho realizado na unidade de saúde. Os outros procedimentos foram feitos em 2019, 2017, 2014 e 2011.
“Um reimplante deste tipo é considerado raro, pois são diversos fatores que levam a ter uma possibilidade de reimplante bem-sucedido.” complementa o cirurgião Filipe Pimont Berndt.
O médico também destaca a importância de saber como proceder em um caso de amputação acidental de membros. Ele explica que é necessário conservar o órgão atingido para garantir o sucesso do reimplante.
“Se você testemunhar esse tipo de acidente, em que uma pessoa sofre a amputação de um membro, o primeiro passo é tentar acalmar a vítima.
Depois pegue o membro amputado e enrole em um pano úmido, de preferência com soro fisiológico, e coloque dentro de um saco plástico. Após esse procedimento, colocar em um recipiente (isopor ou caixa térmica) com gelo.
Importante ressaltar que não se deve deixar o membro em contato direto com o gelo, pois caso isso ocorra, poderá haver queimadura térmica, ocasionando a impossibilidade de reimplante”, esclarece
Fonte Metropoles