Foi em tom de desabafo que uma jovem estagiária da Secretaria Municipal da Saúde de Novo Hamburgo conversou com a procuradora-geral do Município, Fernanda Luft, no final do expediente da sexta-feira passada.
Próximo das 18 horas, ela entrou pela porta da PGM, no nono andar do Centro Administrativo Leopoldo Petry, e comentou que vinha sendo “pressionada” por médico que ocupa cargo em comissão no governo. O CC é o mesmo que outra jovem, de 26 anos, ex-funcionária, denunciou na Polícia Civil por suposto assédio sexual.
A Prefeitura instaurou uma sindicância e afastou o médico da função que ocupava. Os nomes não são revelados para preservar a vítima e o próprio denunciado, pois se trata-se de acusações ainda em apuração.
“Ela (a estagiária) me procurou para fazer um desabafo. Mas, como procuradora, encarei como uma denúncia”, explica Fernanda, pela gravidade do fato apresentado, que conotaria assédio sexual. “Me contou a situação e, com um nome apontado (o do médico), não tinha outra coisa a fazer, senão instaurar a sindicância”, acrescenta.
Fernanda Luft não entrou em detalhes sobre o teor da conversa com a estagiária. “Está (a sindicância) correndo em sigilo”, explica. A comissão nomeada tem prazo para apurar os fatos e eventuais responsabilidades. O médico, que é concursado da Fundação de Saúde, mantém suas funções lá, até porque não há registro de casos no Hospital Municipal de Novo Hamburgo, onde também atua.
Segundo caso
No dia 4 de maio, outra jovem, de 26 anos, ex-funcionária da Saúde, compareceu na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Novo Hamburgo. Registrou boletim de ocorrência denunciando suposto caso de assédio sexual pelo mesmo médico.
A titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, Raquel Peixoto, instaurou inquérito e ouviu a jovem nesta terça-feira.
O advogado Daniel Kessler informou que ela “relatou o teor da ocorrência, explicou o que tinha acontecido, indicou os nomes de outras testemunhas, de meninas que sabem dos fatos ou presenciaram os fatos ou que ocorreu com elas situação semelhante e também serão ouvidas”.
Fonte Jornal NH
