A busca por desaparecidos devido à forte chuva em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, é marcada por desespero e esperança. Entre a lama e os escombros após a encosta do Morro da Oficina desabar, Gisele Arcaminate gritava o nome da filha, Duda, o tempo todo.
Com uma enxada nas mãos, ela tentava cavar para achar Maria Eduarda, de 17 anos, com a ajuda de familiares e amigos. A sobrinha dela, uma bebê de apenas 1 ano, também está desaparecida.
“Um bebê sem respirar embaixo dessa lama… Você consegue imaginar? Eu já estou perdendo as esperanças”, disse Gisele
Bruno Carvalho, que é parente da mãe da adolescente, é o pai da bebê que está desaparecida. Além da criança, a sogra e os primos dele também são procurados em meio ao lamaçal e aos escombros causados pela chuva torrencial em Petrópolis.
Entre os destroços, ele encontrou a bolinha rosa de sua filha. Segundo o Globo, o brinquedo estava a mais de 30 metros de distância do quarto onde a menina dormia.
“A única coisa que ouvimos é que tinha havido um desabamento, mas só tive a dimensão quando cheguei aqui”, falou, emocionado.
Pai procura filha
Até o momento, 38 pessoas foram mortas na tragédia em Petrópolis. As buscas do Corpo de Bombeiros para encontrar sobreviventes e outras vítimas continuam intensas em todas as áreas da cidade. Pelo menos 16 pessoas foram resgatadas com vida na madrugada desta quarta-feira (16/2).
Em outro ponto do Morro da Oficina, Adalton Oliveira gritava o nome da filha, Ana Clara, de 7 anos. Com as próprias mãos, ele tentava cavar até o ponto onde ele acreditava que a menina estaria. A mulher dele, Eliane, de 44 anos, estava com a criança.
As duas estavam no bar da família, onde também se encontravam muitos clientes. “Ela está aqui, ela está aqui. Cadê a minha filha?”, clamava o homem, segundo o Globo.
Adalton ainda convive com o luto pela perda do filho, Lucas, de 21 anos, que foi levado pela enxurrada e encontrado morto. O dono do bar saiu do local justamente para buscar o jovem. Ele ainda viu o rapaz vivo antes de ele desaparecer nas águas.
“Minha esposa pediu para eu ir lá em cima buscar o Lucas, com medo de a barreira cair. Quando cheguei, peguei ele e ouvi os estalos da casa. Nós ouvimos a barreira e fomos pular para o sentido contrário, mas ele escorregou e foi levado. Aí eu desci para ver minha filha e minha esposa e vi que a barreira tinha as levado também.”
Fonte Metrópoles