A Polícia Civil de Jaguarão acredita que o jovem de 20 suspeito de ser a mente por trás do assassinato dos pais, em Jaguarão, tentou latrocínio duplo falso, ou seja, ele quis fingir que os pais foram assaltados e mortos no processo. Mas os investigadores acham que o crime aconteceu de forma diferente.
Segundo a polícia, a apuração chegou à conclusão de que foi o jovem quem comprou a arma do crime – um revólver – dias antes. Os policiais suspeitam de ele teria deixado a porta de casa aberta para que o(s) assassino(s) entrassem. Também está sendo apurado se há outros participantes.
Segundo a delegada Juliana Garrastazu Ribeiro, o rapaz teria utilizado dois celulares e uma televisão para conseguir a arma – a policia ainda estuda se ele vendeu os dois telefones e a TV e com o dinheiro comprou o revólver, ou se trocou os objetos pela arma.
Ainda segundo a delegada, a motivação do crime foi devido a uma discussão que o jovem teve com a mãe sobre o Auxílio Emergencial que ele recebeu do Governo Federal. O jovem teria dito que a mãe ficou com o dinheiro o que causou a discussão. Garrastazu conta que ele tinha picos de raiva devido os pais serem controladores.
Um dia voltando pra casa, o rapaz contou aos pais que foi assaltado e que levaram seu celular e a mãe dele deu outro para que fosse usado no lugar do antigo. A polícia acredita que o rapaz possa ter sedado os pais, pois chamou a atenção dos agentes que os pais não reagiram aos disparos. Algo ainda a ser esclarecido na perícia. Ambos foram baleados na cabeça, por volta das 4h30min, enquanto estavam dormindo.
Além do casal, na casa estava o jovem, a namorada dele e a irmã mais nova, 13 anos. A primeira versão apresentada para polícia, o rapaz contou que estava no quarto com a namorada quando ouviu os disparos. Ele saiu do cômodo para ver o que era e viu dois homens de capacete fugindo com a caminhonete da família. A polícia acredita que ao levar o carro, que logo foi abandonado, foi a maneira que o rapaz achou para fingir ser um latrocínio.
A namorada dele contou, em depoimento à polícia, que os dois estavam na sala da casa momentos antes do crime. A moça afirmou que ambos decidiram ir dormir, mas que o jovem falou que iria depois dela. Nesse momento a polícia acredita que o rapaz tenha deixado a porta aberta, dando acesso aos atiradores. Logo depois foram ouvidos os disparos.
A polícia ainda está investigando se o jovem teve envolvimento com os disparos. O rapaz nega, porém ele também não revelou quem são as pessoas que executaram seus pais.
“O que se pode afirmar neste momento é que existia pelo menos mais uma pessoa na cena do crime. Já que a caminhonete foi levada e as três testemunhas estavam na casa quando a polícia chegou”, afirma Garrastazu.
Durante a confissão à polícia, o rapaz assumiu que estava planejando o crime há dois anos. Ele alega que tinha desavenças com os pais por serem muito controladores. A polícia também acredita que um dos motivos do assassinato possa envolver questões patrimoniais, mesmo a família levando uma vida modesta. De acordo com Garrastazu, a família tinha expectativas de receber um terreno.
“Eles tinham relação típica de pais e filho. Os pais não o deixavam ir em tal lugar, não queriam que ele andasse com tal companhia. A mãe teria descoberto que ele era usuário de maconha e, nesse sentido, ela tentava controlar. Depois, eles faziam as pazes. Ele teve essa ideia há dois anos. E isso acontecia em momentos em que eles discutiam. Ele fala: “Eu tinha picos de raiva”. Esses picos iam e voltavam nesses dois anos. Além disso, os pais teriam um campo, herdado, e ele poderia estar de olho no patrimônio. São várias coisas que ele mesmo fala e que estamos ainda tentando chegar à real motivação”, explica Garrastazu.
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