Ele não tinha antecedentes criminais. Mas a forma como foi executado e as primeiras informações da investigação apontam que tenha sido vítima de facção.
Ricardo Elias Prates Guedes, 24 anos, foi sequestrado em casa, em Campo Bom, no fim da noite de quarta-feira (26), e encontrado morto na manhã desta quinta no interior de Taquara. Estava decapitado e com vários tiros, entre eles de fuzil. O motivo é apurado.
Guedes já estava na cama, por volta das 23 horas, quando a casa, na Rua Luís Castro, bairro Paulista, foi invadida aos gritos. “Arrombaram, perguntaram o nome e ele disse. O jogaram no chão, algemaram e o levaram em um carro branco, que seria um HB20 branco sedã”, relata o delegado de Campo Bom, Clóvis Nei da Silva.
Pânico e trauma
Seriam dois ou três sequestradores, mas nenhum foi visto por familiares da vítima, que se esconderam debaixo dos cobertores. Foram minutos de traumatizante pânico para adultos e crianças. A ocorrência de desaparecimento foi registrada meia hora depois na delegacia. Guedes estava desempregado.
Conforme parentes, recentemente havia pedido demissão de uma empresa da cidade, onde trabalhava no turno da noite, para cuidar da mãe doente na região Sul do Estado. Ainda segundo conhecidos, não há informações de que ele tivesse envolvimento com o crime.
Executores deixaram cabeça ao lado do corpo
Às 8h40, a Brigada Militar foi avisada sobre um homem decapitado na localidade de Pega Fogo, próximo à saibreira, em Taquara. Os policiais encontraram a vítima em curva de estrada de chão batido aberta em meio à vegetação. A cabeça estava ao lado do corpo.
Cápsulas de calibres 12, 9 milímetros e 762 ao redor do cadáver mostram que os matadores usaram espingarda, pistola e fuzil. “Essas munições deflagradas e o sangue indicam que a vítima foi morta ali, à noite”, expõe a delegada de Taquara, Rosane de Oliveira.
O reconhecimento foi feito durante a manhã. “Pelas roupas e características físicas, a gente suspeitou que era o desaparecido em Campo Bom, o que acabamos confirmando.” A perícia chegou no meio da tarde.
Carro apreendido e sem testemunhas
Uma Renault Duster branca roubada, que teria sido usada pelos executores, foi apreendida nas proximidades do local do homicídio. O veículo, que estava com placas clonadas, foi recolhido para perícia. “Pelas características do crime, acredito que tenha relação com droga”, comenta a delegada.
Segundo Rosane, não há testemunhas. “É um local ermo e o delito foi cometido tarde da noite. À nossa equipe, as pessoas da localidade disseram que não perceberam movimentação suspeita. ”O lugar, conhecido como Beco Dirceu Vargas, é retirado da cidade e tem poucas residências.
Fonte Jornal NH