Idoso preso por estupro em Novo Hamburgo já teria feito outras vítimas

Idoso preso por estupro em Novo Hamburgo já teria feito outras vítimas

Após a prisão do idoso, de 66 anos, acusado de estuprar uma criança de 10 anos, na última quinta-feira (6), em Novo Hamburgo, outro caso envolvendo o preso veio à tona. Em 2018 uma família denunciou o mesmo homem por abusar sexualmente da filha deles. Os abusos teriam acontecido dos três aos seis anos da vítima, quando ela, juntamente com os irmãos e outras crianças, ficavam sob os cuidados da esposa do preso. O homem se aproveitava dos momentos a sós com as vítimas para cometer os abusos. Hoje, a garota está com 15 anos e ainda sofre com os traumas do crime que foi vítima.

“Minha família sentiu um enorme alívio quando soube da prisão”. A reação é do um pai da garota ao caso e encorajar outras vítimas a procurarem a Polícia para denunciar o homem.

A própria vítima contou aos pais que na época em que ela era abusada, outra menina que ficava no local também passava pelo mesmo. “Ele tem que pagar por todo mal que causou. Essa criança [de 10 anos] não foi a única vítima dele. Ele se aproveitava que tinha acesso às crianças e abusava delas”, ressalta o ex-morador de Campo Bom. A família inclusive acabou se mudando para outro estado, para afastar a filha das memórias traumáticas.

Silêncio durou anos

Os abusos aconteceram até os seis anos da vítima, mas a família somente soube do que aconteceu quando ela já tinha 13, em novembro de 2018. As consequências do crime sofrido pela menina ficaram mais visíveis quando ela chegou a adolescência e ela passou a compreender a violência que sofreu: “Minha filha começou a ter complicações de saúde. Problemas de coração, ansiedade, desmaios, depressão. As notas na escola iam mal. Ela tinha surtos, em que batia, gritava e não nos reconhecia. Foram meses investigando o que poderia causar tudo isso com a saúde dela e ela nunca falou”, conta.

A revelação sobre o que tinha sofrido na infância aconteceu no final de 2018. A jovem feriu a si mesma e acabou contando para o irmão mais novo sobre os abusos. Após o episódio, a vítima se abriu com a mãe, que imediatamente procurou a Polícia e registrou ocorrência. “Quando ela entendeu que era a vítima e não a culpada do que aconteceu, conseguiu melhorar aos poucos”, disse o pai.

Pouco tempo antes de falar com a mãe, em uma palestra sobre abuso na escola, a menina teria pedido para falar. Ela teria falado em nome de uma suposta amiga: “Aquilo pode ter sido o gatilho para ela ter conseguido falar. Isso mostra como é importante orientar as crianças”, ressalta o homem.

O pai apela que os pais sejam cuidadosos e prestem atenção em tudo que envolve a criança. “Investiguem a mudança de comportamento, os problemas de saúde e principalmente sejam muito cuidadosos ao deixá-las com outras pessoas. Desconfiem e principalmente orientem as crianças a falarem sobre o que não podem fazer com elas”, pontua.

Vítimas devem procurar a Polícia Civil

Após a prisão em flagrante do idoso, o registro foi remetido para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Novo Hamburgo. O inquérito é instaurado, a fim de investigar o caso e o acusado e depois é remetido para a Justiça. “O inquérito está com nossa equipe. Caso existam outras denúncias é importante que as vítimas procurem a delegacia. Tudo será investigado e apurado para que o acusado responda pelos seus crimes”, destaca a delegada substituta da Deam, Ariadne Moraes Langanke.

A prisão

O idoso foi preso na tarde de quinta-feira, suspeito de cometer o crime de estupro contra vulnerável. Familiares acionaram a Brigada Militar após a criança, de 10 anos, relatar o abuso sofrido para uma irmã mais velha. A vítima teria chegado em casa com comportamento estranho e foi questionada pela familiar sobre o que teria acontecido.

Conforme relato de um familiar, o homem é amigo da família e cuidava da criança e se aproveitou dessa condição para cometer o crime. A vítima teria tentado fugir do agressor, mas ele a perseguiu e ainda a ameaçou para que não contasse nada para ninguém. A criança ainda teria relatado que sofria os abusos desde os cinco anos.

Fonte Jornal NH

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