Avon anunciou, na noite dessa sexta-feira (26/06), que demitiu a executiva Mariah Corazza Üstündag, de 29 anos, acusada pelo Ministério Público de Trabalho de manter uma funcionária idosa em situação análoga ao trabalho escravo. A mulher, de 61 anos, trabalhava sem salário para Mariah desde 2011.
A empresa disse, ainda, que prestará acolhimento à vítima. “Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso compromisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética: valores que permeiam nossa história há mais de 130 anos no mundo e 60 anos no Brasil”, comunicou, em nota à imprensa e nas redes sociais.
Violação de direitos humanos
Segundo denúncia do jornal Folha de S. Paulo, Mariah violou os direitos humanos ao colocar a funcionária, de 61 anos, para morar em um quarto “que era uma espécie de depósito”, repleto de caixas amontoadas, além de não remunerá-la. A idosa dormia em um sofá velho e, por 13 anos, não recebeu férias e nem 13° salário, ou sequer teve a carteira assinada.
O Ministério Público do Trabalho teve conhecimento do caso por meio de denúncia de trabalho escravo e violação de direitos humanos feita no Disque-100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Mariah foi presa e liberada após pagar fiança de R$ 2.100. O marido, Dora Üstündag, também foi indiciado pela Polícia Civil.
Críticas
A empresa se posicionou após receber uma série de críticas nas redes sociais. “Como consumidora da marca, estou aguardando um posicionamento da empresa em relação à funcionária que mantinha a idosa escravizada. Caso não tenha um posicionamento, perdeu uma cliente”, escreveu uma seguidora.
“Não aceitaremos apoiar uma empresa que tem em seu quadro uma funcionária que escraviza e viola direitos humanos”, publicou outro.
Nas postagens, os clientes também pediram um posicionamento sobre Sônia Corazza, mãe de Mariah e engenheira química responsável por criar produtos Natura, Boticário e Avon.
(Metrópoles)