Autoridades sanitárias internacionais estão em alerta desde a última semana, quando o Camboja registrou dois casos de gripe aviária H5N1, sendo que um deles, de uma menina de 11 anos, evoluiu para óbito. O pai dela, de 49 anos, também foi infectado, mas teve apenas febre e tosse.
A mais de 2.500 km de distância, na província de Jiangsu, no leste da China, uma mulher de 53 anos também foi diagnosticada com gripe aviária causada por uma cepa do vírus H5N1 semelhante à identificada no Camboja, noticiou na quarta-feira (1º) a agência holandesa de notícias BNO News.
O caso chinês foi provocado pelo clado (originado de um único ancestral) 2.3.4.4b, que se espalha mundialmente neste momento entre aves selvagens e domésticas. Esse é o vírus que mais tem preocupado especialistas.
Já os dois pacientes do Camboja foram infectados pelo clado 2.3.2.1c, uma variante mais antiga do vírus.
Na semana passada, a diretora de Preparação e Prevenção de Epidemias e Pandemias da OMS (Organização Mundial da Saúde), Sylvie Briand, afirmou que “a situação global do H5N1 é preocupante, dada a ampla disseminação do vírus em aves em todo o mundo e os crescentes relatos de casos em mamíferos, inclusive em humanos”.
Em janeiro, uma menina de 9 anos foi o primeiro caso humano de H5N1 na América do Sul. Ela ficou gravemente doente. A família dela havia comprado galinhas vivas que morreram rapidamente e sem causa aparente, informou a imprensa local na ocasião.
Embora o vírus da gripe aviária não tenha causado surtos em humanos nos últimos anos, autoridades temem que a alta circulação entre aves agora possa facilitar que haja uma mutação viável para infectar com mais facilidade humanos.
“A situação atual destaca o risco de que o vírus da gripe aviária H5N1 possa se adaptar melhor aos mamíferos e se espalhar para humanos e outros animais”, salientou a OMS recentemente.
Mundialmente, milhões de aves foram abatidas nos últimos meses devido à doença. Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos afirmam que os surtos de H5N1 se restringem a estabelecimentos agrícolas e representam, neste momento, um risco baixo aos humanos.
“No entanto, é importante lembrar que o risco depende da exposição, e pessoas com mais exposição podem ter maior risco de infecção. As pessoas que têm exposição profissional ou recreativa a aves infectadas ou mamíferos doentes ou mortos correm maior risco de infecção e devem tomar as medidas de prevenção apropriadas”, diz o órgão.
A principal recomendação da agência norte-americana é que a população evite contato com qualquer tipo de ave e também com mamíferos que “pareçam doentes ou mortos”.
Fonte: R7