Grávida de siameses com malformação tem pedido de aborto negado pelo STF

Grávida de siameses com malformação tem pedido de aborto negado pelo STF

Uma mulher em gestação de risco teve o pedido de autorização para aborto legal negado pela 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) em decisão publicada nesta quinta-feira, 13.

A merendeira Lorisete dos Santos, de 37 anos, está grávida de gêmeas siameses, com cerca de 7 meses de gestação; os relatórios médicos apontam que os bebês, com malformação, teriam “chances desprezíveis de vida” após o nascimento e o parto poderiam levar a mãe à morte.

As informações foram publicadas inicialmente pelo jornal O Globo. O habeas corpus negado à moradora de São Luiz Gonzava (RS) contraria o direito garantido ao aborto legal em casos de risco à vida da gestante, independente do tempo gestacional.

Na teoria, poderia ser realizado sem a necessidade de uma autorização judicial.

A merendeira procurou a Defensoria Pública do Rio Grande do Sul no último dia 8 de setembro, após ouvir dos médicos o diagnóstico de seus bebês. Quatro dias depois, a primeira ação pedindo interrupção da gravidez, por risco à vida da paciente, já era movida no Tribunal de Justiça do RS, mas foi indeferido.

Em primeira instância, o juiz Kabir Vidal Pimenta da Silva, da Vara Criminal da Comarca de São Luiz Gonzaga, argumentou em sua decisão que só por estar grávida a mulher já estaria correndo um risco e destacou casos na imprensa de partos de gêmeos siameses que foram separados cirurgicamente após o nascimento.

magistrado acrescentou, também, que o caso não se enquadra na lei do aborto legal porque “não há comprovação efetiva de risco iminente e concreto à vida da gestante”, contrariando a argumentação da defesa da mulher.

A defesa da mulher, então, entrou com pedidos de habeas corpus no próprio TJ-RS e, em seguida, foi ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), pedindo liminar que autorizasse a realização do procedimento. Eles foram negados e o ministro Jorge Mussi, do STJ, disse entender que um aborto fora dos padrões legais estabelecidos necessitava de “melhor exame de provas”.

Os defensores insistiram e foram ao STF, onde receberam mais uma negativa. A decisão foi tomada em sessão virtual, onde além do relator, o ministro André Mendonça, os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes também votaram contrários ao pedido. O ministro Edson Fachin foi voto vencido.

Agora, a última esperança dos defensores públicos é mais uma decisão, desta vez no TJ-RS, sobre o pedido de habeas corpus para a realização do aborto. Lorisete já é mãe de dois filhos e diz que sente muitas dores, em nada parecidas com suas gestações anteriores.

Segundo seus médicos, a probabilidade de suas filhas sobreviverem ao parto é de “quase zero”.

Fonte: Terra

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