GOLPE DOS NUDES x PEDOFILIA: O que diz a investigação que será tema do Linha Direta

GOLPE DOS NUDES x PEDOFILIA: O que diz a investigação que será tema do Linha Direta

O esquema criminoso que tem o Vale do Sinos como principal escritório do país, além de estelionato evidenciou uma outra prática criminosa: a pedofilia. De acordo com o Childfund, uma agência de desenvolvimento social e proteção infantil, em 2022 o Brasil registrou quase 112 mil denúncias de abuso e exploração sexual infantil na internet. Um aumento de cerca de 10% em relação a 2021.

O golpe dos nudes é tema do programa televisivo Linha Direta, da Rede Globo, na noite desta quinta-feira (25). A atração apresentada por Pedro Bial será exibida a partir das 23 horas. Segundo a delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, e responsável pela investigação no Rio Grande do Sul, a maioria das vítimas do esquema acreditava falar com mulheres com mais de 18 anos.

Ela explica que as fotos com perfil de “jovem mulher” era um limitador, mas que a investigação ficou atenta para identificar possíveis outros crimes. “Se é dito que ela é menor ou se efetivamente a foto é de uma criança, aí claro que tem o crime. De outra forma não, pois ele [vítima] está acreditando falar com uma pessoa maior de idade, aí tem expectativa para essa relação… Agora logicamente, se ele sabe de antemão, ou ela diz ser menor, ou ela manda fotos que dá para perceber que é uma criança ou uma adolescente menor de 18 anos, aí seim, por trás teria crime de pedofilia”, detalha.

A investigação aponta que a maioria das vítimas são homens, com família constituída (casados e com filhos) e com vida financeira estável, tendo em vista que pagavam valores altos para os criminosos. Os alvos eram atraídos por redes sociais, geralmente por perfil de mulheres jovens, que conquistavam a confiança para que trocassem WhatsApp e no aplicativo trocassem os nudes, ou em alguns casos, até “sexo virtual”.

Após as conversas de cunho sexual, golpistas entravam em contato se passando pelos pais das jovens, alegando que elas eram menores de idade e que teriam entrado em depressão por conta da relação virtual. Sob ameaças, o grupo pedia dinheiro em troca do silêncio. O terror psicológico continuava quando outros bandidos entravam em contato com as vítimas e se passavam por policiais. Eles tinham como cenário duas delegacias falsas, que foram descobertas pela investigação em Novo Hamburgo. Nos locais foram apreendidos réplicas de documentos com logotipos do Ministério Público e da Polícia Civil gaúcha.

“Ele (golpe) não vai terminar, que nem o golpe do bilhete”, diz delegada

De acordo com a investigação, cerca de 130 pessoas foram presas durante as operações. Como resultado, Luciane avalia que houve uma grande diminuição na prática desse golpe. “Ele (golpe) não vai terminar, que nem o golpe do bilhete”, pontua.

A delegada conta que, em menor proporção, os criminosos continuam agindo. “Tem várias nuances o golpe dos nudes, naquilo que eles chamam de ‘golpe amoroso’ ou ‘golpe afetivo’. Observamos que agora homossexuais também são alvos”. A prática é a mesma, perfis de jovens atraentes instigam as vítimas, após conversas e troca de nudes, supostos pais desses meninos ou meninas aparecem fazendo chantagens em troca de dinheiro e depois os falsos policiais cobrando propina para não prender as vítimas.

Na ação policial mais recente, na última sexta-feira (19), a investigação cumpriu mandados de busca e apreensão em Campo Bom, Torres e Osório com o objetivo de levar à cadeia os criminosos que aplicaram o golpe em um empresário de Canoas. O prejuízo da vítima foi em torno de R$ 5 mil. Duas pessoas foram presas e dois telefones celulares usados nos golpes foram apreendidos.

Denuncie violência sexual contra crianças e adolescentes

Denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes podem ser feitas, inclusive de forma anônima, pelo Disque 100. Também é possível relatar casos para a Brigada Militar, pelo 190, ou acionar o Conselho Tutelar da sua cidade. A Polícia Civil do RS dispõe também dos fones (51) 2131.5700 (para Porto Alegre), 0800 642.6400 e (51) 9.8418.7814 (WhatsApp e Telegram).

Fonte Jornal NH

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