A Justiça paulista deve analisar um processo no qual o herdeiro do humorista Orival Pessini (1944-2016), criador do personagem Fofão, que fez sucesso na década de 80, acusa o grupo de animação infantil Carreta Furacão e a rede McDonald’s de plágio. Isso porque o grupo tem um personagem chamado “Fonfon” que se assemelha ao personagem do pai.
Fofão era integrante do programa infantil Balão mágico, no ar pela TV Globo durante os anos 1980. Como herdeiro do criador do Fofão, Pero acusa tanto a Carreta quanto o McDonald’s de fazer “uma reprodução grotesca” e “uma imitação dolosa da obra alheia”.
O processo, que ainda não teve o mérito julgado, foi revelado pelo colunista Rogério Gentile, do site Uol. O processo foi aberto pela empresa Agência Artística, que representa os interesses de Pedro Vasen Pessini, filho do humorista. Na ação, a Carreta Furacão é acusada de usurpar a criação de Pessini ao explorar comercialmente o personagem Fonfon.
Por conta do sucesso na internet, a Carreta Furacão acabou sendo contratada pelo McDonald’s para estrelar uma campanha publicitária da rede lançada em setembro de 2021.
“Fonfon é uma reprodução grotesca do Fofão, uma imitação dolosa da obra alheia”, afirmou a defesa de Pedro e da Agência Artística à Justiça. “O próprio nome ‘Fonfon’ deixa clara a intenção de fazer referência ao original.”
Na ação, Persini pede R$ 500 mil de indenização e diz ser difícil acreditar que o McDonald’s desconhecesse a origem do personagem ou que a empresa acreditasse que a Carreta Furacão detinha os direitos autorais do Fofão.
De acordo com a coluna, os envolvidos ainda não apresentaram defesa. A rede de fast food teria informado que ainda não foi citada, e que se manifestará nos autos.
Em um documento enviado ao herdeiro, a Carreta Furacão teria argumentado que o grupo personifica, de forma caricata, figuras populares; disse que Fonfon é uma paródia do personagem e que essa prática não configura violação dos direitos autorais.
Ainda segundo a coluna, já foi expedida liminar pelo juiz de Direito Thomaz Ferreira para que os vídeos em que aparece o personagem Fonfon sejam retirados do ar. Também ficou estabelecido o valor de R$ 40 mil a ser pago para o herdeiro caso as empresas queiram continuar usando a imagem de Fonfon, valor que deve ser depositado em juízo.
Fonte: Migalhas