Filha e genro são presos por manter idosa em cárcere privado por dois anos

Filha e genro são presos por manter idosa em cárcere privado por dois anos

Uma operação da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Novo Hamburgo, verificou ao longo desta quinta-feira (15) 36 denúncias feitas ao órgão referentes a crimes contra idosos.

Os relato, anônimos ou não, dão conta de denúncias relacionadas a maus tratos, cárcere privado e apropriação indébita. Em uma da verificações, os agentes da Deam prenderam em flagrante um casal, de 43 e 38 anos, no bairro Canudos, por cárcere privado de uma idosa de 75 anos por cerca de dois anos.

Segundo a delegada Raquel Peixoto, quando os policiais chegaram ao local se depararam com o portão da propriedade cadeado. “O agentes pediram que a idosa abrisse o portão e ela disse que não possuía a chave, que ficava coma filha e o genro, que moram nos fundos da residência. Foi pedido que ela chamasse eles para darem o acesso e mesmo assim não queriam abrir e tivemos que convencê-los”, contou.

Durante a conversa com os policiais a idosa disse que podia somente circular no pátio, mas que não podia sair para a rua. Ela também revelou que também não tinha acesso ao seu dinheiro, que ficava too sob o controle da filha e do genro, que faziam as compras para ela. “Perguntei se ela visitava alguma amiga, vizinha ou parente e ela disse que não, porque eles não a deixavam sair”, relata a delegada.

Emoção no retorno

Quando a equipe foi sair do local, o genro trancou novamente o portão. “Aí pedimos para abrir, ele se recusou e nos desacatou. Aí todos foram para a delegacia, onde ela prestou um depoimento muito forte”, explica a delegada, que relatou a emoção da idosa quando foi levada novamente para a casa. “Eu peguei a chave e dei nas mãos dela. A policiais levaram ela e disseram que ela ficou emocionada quando abriu o portão da casa”.

Para não contaminar

A justificativa dada para a Polícia sobre o motivo de deixar a idosa trancada na casa, segundo Raquel, era para que a idosa não circulasse evitando que fosse acometida pela Covid-19. “Eu disse aos dois que isso não é justificativa para manter ela em cárcere privado. Ela tem que ter acesso a chave da casa dela”, explicou, ressaltando que o acesso a própria pensão também não era dado.

Nas demais denúncias verificadas e confirmadas, não houveram prisões, mas serão instaurados inquéritos policiais para a elucidação dos casos e responsabilização dos envolvidos.

Fonte JORNAL NH

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