Estudante de medicina é indiciado por estupro de vulnerável em Porto Alegre

Estudante de medicina é indiciado por estupro de vulnerável em Porto Alegre

Um estudante da faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sum (UFRGS), 25 anos, foi indiciado por estupro de vulnerável devido a um ato corrido em 20 de abril no Hospital Independência, em Porto Alegre, onde ele fazia estágio.

Durante o preparo de um paciente que já estava anestesiado para uma operação nos membros superiores, um técnico de enfermagem teria visto o estudante com as mãos sob o lençol que cobria a vítima, de 23 anos, manipulando o órgão sexual do jovem.

Desse modo, chamou a enfermeira responsável, que também viu e encaminhou o estagiário para o departamento administrativo, que o desligou no mesmo dia da ocorrência.

A titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância de Porto Alegre, Andrea Mattos, que conduziu a investigação, já emitiu o resultado para o Ministério Público com o indiciamento.

“O estudante registrou duas ocorrências colocando-se na condição de vítima de homofobia, alegando que o contrato de estágio foi rescindido por conta da orientação sexual”,comentou a titular da Delegacia de Combate à Intolerância. “No entanto, a investigação mostra que ele é autor de crime sexual”, afirmou

A delegada ouviu testemunhas dos setores administrativos e médicos do Hospital e passou a ter uma percepção sobre o ocorrido.

“Na verdade, ele fez esses movimentos de registro de boletins de ocorrências tentando se antecipar, caso a Universidade ou o Hospital tomassem essa atitude, ele já teria saído na frente, colocando-se como vítima, mas não, a investigação mostrou que ele é autor de crime sexual”, explica.

Outro detalhe acrescentado pela policial, é de que o universitário teria tentado desistir da ocorrência, justificando que precisaria de uma autorização da vítima. “Quando se trata de injúria, a vítima precisa autorizar a investigação, mas se fosse caso de homofobia, não seria injúria, seria ação pública incondicionada, que nem dependeria da autorização dele”, sintetizou, ressaltando que o mais importante é que ele fez dois registros, e depois tentou desistir ao ver que poderia ser negativo para ele.

O paciente depôs e ressaltou que enquanto estava passando pela cirurgia, sentiu que o seu órgão sexual havia sido tocado, mas não conseguiu reagir por estar sedado. “Ele contou, inclusive, que comentou com a própria mãe, a qual disse que deveria ser impressa por conta da colocação da sonda, mas não houve uso no procedimento”, esclarece.

Em nota, o Hospital Independência afirma que todas as providências cabíveis foram adotadas imediatamente ao fato. “Identificada a conduta inapropriada, o estagiário foi desligado do hospital. Ato contínuo, houve a instauração de processo interno de apuração. Além disso, a instituição tem colaborado, de forma irrestrita, com as autoridades policiais responsáveis pela investigação”, dizem trechos do documento.

O advogado especialista em Direito LGBT,Diego Machado Candido, que acompanha o caso do suspeito, disse que o cliente prefere não se manifestar neste momento. “Tomamos conhecimento hoje pela imprensa da conclusão do inquérito policial e do indiciamento por estupro de vulnerável. Meu cliente nega as acusações, informando que já prestou depoimento à polícia nesse sentido. O que sustentamos é que existem muitas contradições e que possivelmente ele foi vítima de homofobia no Hospital e entre colegas da UFRGS. A universidade ainda não emitiu nota sobre o caso.

Fonte Correio do Povo

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