Estudante da UFPI morreu após ser estuprada e ter o pescoço quebrado, diz delegado

Estudante da UFPI morreu após ser estuprada e ter o pescoço quebrado, diz delegado

Um crime brutal cometido dentro do campus da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina, na madrugada de sábado (28), choca o Brasil.

As primeiras informações reportadas eram de que a universitária Janaína da Silva Bezerra, de 22 anos, que cursava o 6° período de Jornalismo na instituição pública, teria passado mal durante uma festa realizada ilegalmente no campus da capital piauiense e que, com a ajuda de um outro estudante, teria sido socorrida e levada ao Hospital Primavera, onde momentos depois faleceu.

Mas a Polícia Civil do Piauí revelou em pouco mais de um dia que a história foi bem outra.

Laudos e depoimentos foram fundamentais para que o assassinato fosse descoberto, a começar pelo testemunho de um vigilante que viu um jovem, que segundo a imprensa local é estudante do programa de pós-graduação em Matemática da UFPI, saindo com Janaína nos braços de uma sala do setor em que ele estudava, em plena madrugada, com a roupa ensanguentada e pedindo para “ajudá-lo” com a moça. Questionado pelo funcionário, o tal rapaz da pós em Matemática disse que estava tendo uma relação sexual consensual com Janaína e que então ela começou a passar mal.

Os primeiros informes dizem que a própria segurança da UFPI conduziu a jovem ao Hospital Primavera, onde sua morte foi atestada. Mas segundo o delegado Francisco Costa, coordenador do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Piauí, Janaína já saiu morta do campus e o homem que estava com ela na tal sala do programa de pós-graduação em Matemática sabia disso. Não precisou mais do que um simples laudo dos peritos do IML para que o homicídio ficasse caracterizado, já que a vítima tinha graves ferimentos.

O documento dos legislas apontam que Janaína teve “trauma raquimedular por ação contundente”, ou seja, uma grave contusão nas vértebras do pescoço que atingiram mortalmente sua medula. O delegado do caso disse ainda que a ação contundente pode ter sido “por pancada, torcendo a coluna vertebral ou traumatizando, ação das mãos no pescoço com intuito de matar ou fazer asfixia, queda, luta, dentre outras possibilidades que estão sendo analisadas junto às investigações do caso”.

Janaína tinha ainda vários ferimentos, desde o rosto até outros espalhados por toda a área do corpo. O laudo do IML apontou ainda que ela foi estuprada e na sala onde o crime teria ocorrido os investigadores apreenderam uma mesa e um colchão com várias manchas de sangue. O acusado segue, mesmo diante de todas as evidências, alegando que tudo teria sido um ato de sexo consentido que terminou com a vítima passando mal.

“O que sabemos é que um vigilante da instituição avistou o rapaz saindo da sala, com a moça nos braços. O vigilante viu as roupas do rapaz sujas de sangue, disse ‘ei, o que tá acontecendo aí?’, e o rapaz disse ‘minha amiga passou mal, tô levando pro hospital’. O vigilante então deteve ele, chamou reforço e, de carro, foi com os dois até o hospital”, relatou o delegado que coordena o inquérito.

O responsável pela investigação não descarta a participação direta ou indireta de outra pessoa no hediondo crime, já que o suspeito, que até o momento não teve a identidade revelada, teria feito contado com um homem. O delegado que saber se a intenção dessas mensagens era a de pedir auxílio para se livrar do corpo da jovem.

“Estamos investigando o contato dele com uma pessoa. Pode ser que ao sair da sala, ele não estivesse indo ao hospital. Acho que ele sabia que ela estava morta e pode ter entrado em contato com alguém pra pedir ajuda pra descartar o corpo”, afirmou o delegado.

Em nota, a Universidade Federal do Piauí (UFPI) informou que não deu qualquer autorização para que os alunos da instituição realizassem a ‘calourada’, a festa de integração com os novos alunos do campus, sendo aquela, portanto, uma confraternização ilegal em suas dependências. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPI também se manifestou e cobrou mais seguranças no campus da instituição pública.

(Revista Fórum)

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