A Polícia Civil confirmou, nesta sexta-feira, a prisão em flagrante de uma empresária suspeita de tortura e porte ilegal de arma de fogo, em Sapucaia do Sul, na região Metropolitana. De acordo com a corporação, a investigada teria sido a mentora intelectual de uma sessão de tortura de outra mulher, de 50 anos. O motivo do crime seria passional, uma vez que a vítima teria tido um caso com o marido da autora.
Segundo o Delegado Newton Martins Filho, a mulher presa tem cerca de 45 anos e é dona de duas empresas, uma de vestuário e outra de materiais elétricos, em São Leopoldo, no Vale do Sinos. Ainda conforme o policial, a vítima seria uma ex-funcionária e, na noite de quinta-feira, havia sido chamada para prestar serviços como diarista na casa da empresária, localizada na rua Santa Catarina.
No entanto, ao chegar no imóvel, ela foi, sequestrada, torturada e colocada dentro do porta-malas de um veículo, antes de ser deixada, sem roupas, em um terreno baldio. “Ela foi abandonada nua, em um lixão. Populares a avistaram pedindo ajuda e a socorreram. Ao prestar depoimento na delegacia, ela implicou a ex-patroa por envolvimento nos crimes”, destacou o delegado.
Newton relata que, ao chegar na residência da investigada, a vítima foi amarrada e teve um capuz colocado na cabeça, sendo em seguida jogada dentro do porta-malas de um veículo. Levada para um endereço, que ainda não foi localizado pelos policiais, a mulher foi agredida com coronhadas e banhada em água fria. “Ela tinha lesões espalhadas por todo o corpo, incluindo marcas de queimadura de cigarro e cortes feitos com estilete. Além disso, também tentaram quebrar os dentes dela, com coronhadas”, afirmou.
As investigações apontam que, durante o sequestro e a sessão de tortura, a agressora estava acompanhada por outras duas comparsas, que ainda não foram identificadas. Após os crimes, o trio foi até uma lavagem automotiva, onde limpou as manchas de sangue da vítima no porta-malas do veículo.
A empresária acabou sendo capturada quando guiava o automóvel, na rua Henrique Dias, em Sapucaia do Sul. Na bolsa dela, os agentes encontraram um revolver calibre .38, motivo pelo qual a mulher foi detida em flagrante.
Conforme o delegado Newton, o caso é investigado como delito passional. Os crimes teriam sido cometidos após a empresária ter descoberto conversas no WhatsApp, entre o marido e a diarista, indicando que os dois mantinham um relacionamento escondido.