O governador eleito Eduardo Leite (PSDB) anunciou na tarde desta terça-feira (6) a manutenção de Artur Lemos (PSDB) como secretário chefe da Casa Civil na próxima gestão.
A coletiva foi realizada na Sala de Governança, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), em Porto Alegre. Com uma hora de atraso, o governador reeleito entrou no espaço acompanhado do próprio Lemos e do vice-governador eleito, Gabriel Souza (MDB).
Este foi o primeiro anúncio para o próximo secretariado do governo, que assume em janeiro de 2023. Lemos, que já ocupava o cargo na atual gestão, foi um dos secretários que se manteve quando Leite renunciou em março para concorrer a reeleição.
“Com esse novo ciclo iniciando em janeiro de 2023 vai ser possível, sabendo os acertos, continuar, mas sabendo onde estão os erros e [onde] precisa corrigir, já iniciar fazendo esses ajustes”, afirmou o secretário.
Lemos ainda confirmou que deve ter uma participação maior na próxima gestão, não só com os deputados, mas também com outros setores da sociedade. “Além desse relacionamento direto com a Assembleia, o relacionamento com outros players.”
Essa postura parte de uma leitura do governador eleito de que haverá uma relação menos conflituosa com a Assembleia nos próximos quatro anos.
“Será uma pauta menos polêmica no Legislativo”, afirmou o governador, avaliando que os temas mais polêmicos já foram discutidos nos primeiros quatro anos.
No próximo mandato, Leite terá ao seu lado um secretário do mesmo partido político. “O chefe da Casa Civil é, para mim que escolhi morar no trabalho, a escolha de um braço direito e de um vizinho”, afirmou ele ao falar do novo titular da pasta, mas ainda buscando deixar claro não ter problemas em ter secretário de outro partido.
Salários mais altos em estrutura menor
Leite também anunciou que deve apresentar na próxima semana o projeto de reestruturação do governo estadual. De forma clara, Leite avisou que o principal objetivo é reduzir o número de cargos passíveis de nomeação. “O número de secretario ainda não foi definido, mas deve ficar muito parecido com o que temos atualmente.”
Uma redução deve acontecer nos cargos de segundo escalão, mas a ideia é aumentar os valores. “O que estamos trabalhando no projeto busca diminuir o número de cargos de nomeação, mas melhorando remuneração”, afirmou Leite, que entende estar perdendo a concorrência de bons nomes para ocupar esses cargos pelos salários oferecidos. “A prefeitura de Porto Alegre paga melhor que o governo do Estado.”
Buscando ampliar a base de apoio devido a chegada de novos partidos para além dos que estiveram na campanha do tucano, Leite precisará acomodar mais siglas políticas com menos cargos disponíveis. “Tenho absoluta convicção de que mais do que a ocupação de cargos, o que vai guiar a nossa base são as entregas à população”, minimizou o governador eleito, que já negocia com PSB, PDT e Progressistas – partidos que devem estar no próximo governo.
Fonte Jornal Nh