Quinze pessoas foram presas nesta quarta-feira (22) durante a Operação Pegasus, da Polícia Civil, que teve como objetivo combater crimes de lavagem de dinheiro movimentado pelo tráfico de drogas no Rio Grande do Sul. Foram 58 alvos mirados durante a ação. Em Canoas, o foco era em duas operadoras logísticas e financeiras de uma organização criminosa.
A apuração conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) partiu de apreensões de fuzis e cocaína no bairro Cascata, em Porto Alegre, no começo do ano passado. Durante a investigação, os policiais descobriram a aliança entre uma facção da Capital e uma grande facção paulista para a distribuição de cocaína e maconha em território gaúcho.
Entre os quase 60 investigados, 21 eram considerados prioritários. Destes, dois estavam em Canoas. O primeiro trata-se de uma mulher de 40 anos, apontada como operadora logística e financeira da organização criminosa. Moradora do bairro Fátima, ela gerenciava grandes somas da facção gaúcha que eram destinadas a operações no Mato Grosso do Sul, segundo o delegado Adriano Nonnenmacher.
“Ela era um alvo importante para operação por se tratar de uma agente financeira que estava em contato direto com as lideranças”, esclarece. “Acreditamos que ela tenha movimentado milhões em dinheiro da organização durante o período em que mandava dinheiro para integrantes no Mato Grosso do Sul”, aponta. “Só na casa dela, encontramos R$ 130 mil em dinheiro no momento do cumprimento do mandado de prisão”.
O outro alvo em Canoas era uma mulher de 30 anos, moradora do bairro Guajuviras. Ela também era suspeita de ser operadora logística no esquema, mas após a prisão os policiais concluíram que ela era usada para ocultar ações da organização.
“Ela permanece com a prisão temporária decretada enquanto averiguamos a veracidade em torno de tudo o que acabou sendo apurado após as prisões”, frisa. “Mas o que parece até o momento é que se trata de mais uma laranja usada pela organização. E mesmo assim, ela movimentou muito dinheiro. Senão chegou a casa do milhão, chegou perto disso”.
Rede interestadual
A apuração da Delegacia de Repressão aos Crimes de Lavagem de Dinheiro apontou a existência de células interligadas pelas duas facções em 10 estados, sendo que todas acabavam tendo ligação a um polo de operadores financeiros em São Paulo.
Conforme a investigação, as facções fazem parte de uma rede nacional de lavagem de dinheiro do narcotráfico interestadual e de respectiva distribuição de lucros. Em um ano, a organização investigada teria movimentado quase R$ 348 milhões.
Em dez estados
Ao todo, foram cumpridas 502 medidas cautelares, como quebras de sigilos bancários, fiscais, financeiros e mandados de busca, apreensão, prisão, indisponibilidade de bens móveis, imóveis e ativos financeiros e mobiliários na bolsa de valores e em criptomoedas.
Além dos mandados cumpridos em Porto Alegre, Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, Eldorado do Sul, Santa Vitória do Palmar e Chuí, também houveram ações da operação nos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Rondônia e Amazonas.
Fonte Jornal NH