Legado dos índios guaranis, o chimarrão é a bebida mais representativa do povo gaúcho. Tradicionalmente servido em uma cuia feita de porongo – material colhido da planta trepadeira moringa –, a bebida amarga ganhou ao longo dos anos variações nos tamanhos, formatos e materiais das cuias. É recorrente que você atualmente veja ele sendo servido, inclusive, num copo térmico – os famosos “copos Stanley”.
A diversificação no formato dos apetrechos é positiva na visão da Rejane Rüdiger Pastore, criadora da Escola do Chimarrão, projeto referência no território gaúcho na divulgação da bebida. “O que importa é o aumento do consumo do chimarrão e de sua cultura. É uma bebida democrática. Não existe chimarrão errado”, defende. Nas aulas de preparo, o chimarrão é ensinado na cuia de porongo.
Como o próprio nome sinaliza, o copo ou a cuia térmica têm a vantagem de manter a bebida quente por mais tempo. Diferente do porongo. Na tradicional cuia, se o chimarrão fica um tempo ‘parado’ a tendência é que a erva esfrie. A higienização também é diferente. Enquanto os copos são mais simples de limpar, o porongo demanda mais atenção para que resíduos não fiquem no interior da cuia.
“O porongo tem uma rusticidade, uma coisa muito nossa. Eu gosto mais do porongo, mas o gosto do chimarrão não muda”, garante Rejane. Ela lembra, no entanto, que o formato do copo térmico também impede diferentes preparos de chimarrão.
No formato da tradicional das de porongo, o chimarrão também ganhou a cuia de madeira, que é mais pesada, e a de porcelana. Estes modelos geralmente são decorados, com desenhos, frases e aplicações de pedras e miçangas. Para acompanhar também há acessórios para a bomba, como pingentes de metal e inox.
Foto: Ricardo Giusti