Uma mulher de 48 anos, apontada pela Polícia Civil como uma das lideranças de um esquema de estelionato, foi presa na manhã desta quinta-feira (30), no bairro Guajuviras, em Canoas. Os agentes da 4ª Delegacia de Polícia do município, coordenados pela delegada Tatiana Bastos, levantaram informações de que o crime relacionado à falsa venda de imóveis, que já havia sido alvo de uma operação no fim de 2021, seguiu acontecendo e vitimando novas pessoas.
A partir desta investigação, foi deflagrada a Operação Blackmail II, contra a organização criminosa que aplica o golpe da venda da casa própria. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em duas cidades: Canoas e Nova Santa Rita.
De acordo com a delegada, o crime acontece após a falsa negociação de compra e venda de imóvel, quando, supostamente um acordo entre as partes é finalizado, contanto inclusive com a assinatura de um contrato fictício. “Depois do pagamento, na hora da mudança, a vítima é impedida de ingressar no imóvel, mediamente a graves ameaças via mensagens de WhatsApp, quando os criminosos se identificam como membros de uma facção criminosa.”
As residências envolvidas no golpe, segundo Tatiana, fica localizada no bairro Rio Branco. Já os mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Guajuviras, onde a suspeita foi presa e no Mathias Velho. Na casa da mulher, a Polícia Civil apreendeu três aparelhos celulares e um notebook, que podem conter informações sobre os estelionatários e suas vítimas. Ela já havia sido presa no início deste ano, pelo mesmo golpe de acordo com a delegada. “Como os crimes continuaram acontecendo, optamos pela prisão temporária”, afirma.
Criminosos reincidentes
Para chegar aos criminosos, a Polícia Civil recebeu denúncias das cinco novas vítimas da facção criminosa. A delegada afirmou que ao realizar as oitivas e instaurar os procedimentos policiais, houve o reconhecimento de duas pessoas que já haviam participado de golpes que vitimaram 15 pessoas em 2021. “Além dos dois homens, mais duas mulheres apareceram como autoras nesta segunda fase da operação”. No entanto, apenas uma das mulheres foi presa até o momento, ela será ouvida e encaminhada ao sistema prisional.
Vítimas são mulheres e trabalhadoras, diz Polícia Civil
A delegada Tatiana comunicou que grande parte das vítimas se tratavam de mulheres. “Na maioria dos casos elas tinham família e eram trabalhadoras, indo em busca do sonho da casa própria.” Ela completa que a faixa etária das pessoas procuradas pelos golpistas, ficava entre os 30 e 40 anos.
Para fechar o acordo imaginário, as vítimas precisavam pagar de entrada, que girava próximo aos R$ 27 mil. “Depois assinavam o contrato e nunca mais conseguiam ser estornadas.”
Golpistas usavam casas do Rio Branco
As duas casas utilizadas no golpe da casa própria ficam no bairro Rio Branco. Uma delas é de madeira, e ampla. Outra de alvenaria, com dois pisos, como se fosse um sobrado. Atrativas pelo tamanho e localização, as residências nunca foram utilizadas pelos seus verdadeiros compradores. “O golpe custou o total de R$ 135 mil às vítimas”, confirma a delegada Tatiana. Em 2022 os criminosos praticaram o golpe contra cinco pessoas moradoras de Canoas.
Fonte Diário de Canoas