Os bombeiros militares trabalharam na terça-feira e na madrugada desta quarta-feira para liberar o chamado “núcleo” do prédio da Secretaria de Segurança Pública, na rua Voluntários da Pátria. O tenente-coronel Eduardo Estevam Rodrigues, comandante do 1º BBM de Porto Alegre, disse que todas as equipes de busca e resgate e os cães farejadores estão concentrados nessa área de oito pavimentos. “Esse local terá uma atenção maior das equipes para que possamos localizar os nossos dois bombeiros militares desaparecidos”, ressaltou Rodrigues.
Na manhã de quarta-feira, havia uma grande movimentação de caminhões do Corpo de Bombeiros Militar e de quatro retroescavadeiras que estavam sendo utilizadas para a remoção de escombros e liberação dos acessos à área da estrutura. Sobre as buscas no prédio do “QG da Segurança Pública”, havia ontem 94 pessoas no terreno entre bombeiros militares e técnicos.
O incêndio na sede da secretaria começou na noite do dia 14 de julho e se estendeu pela madrugada do dia 15. Até o momento, não foi possível identificar as causas do incêndio. Dois bombeiros militares, o 2º sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, 51 anos, e ao 1ºtenente Deroci de Almeida da Costa, 46 anos, que atuavam no local estão desaparecidos.
Comissão da Assembleia Legislativa
A deputada estadual Luciana Genro (PSOL) solicitou a criação de uma comissão de representação externa da Assembleia Legislativa para acompanhamento das investigações sobre o incêndio que atingiu o prédio da Secretaria Estadual de Segurança Pública. A parlamentar ainda apresentará um requerimento para que os familiares e colegas dos dois bombeiros militares desaparecidos no combate às chamas possam ser ouvidos pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, da qual é membro titular.
“Esta tragédia precisa ser acompanhada de perto pelo Parlamento gaúcho. Queremos contribuir com todos os esforços no sentido de elucidar o que aconteceu e, principalmente, fortalecer e valorizar o trabalho do Corpo de Bombeiros Militar, que sofre com déficit de efetivo e viaturas adequadas ao combate a incêndios em prédios altos”, acrescentou Luciana Genro.
A deputada informou que a Comissão de Direitos Humanos pediu que os familiares e amigos dos bombeiros militares possam ser ouvidos no espaço dos Assuntos Gerais, na reunião do dia 4 de agosto – a primeira após o recesso parlamentar, que se inicia no dia 17 de julho.
“É muito importante que a Comissão de Direitos Humanos possa oferecer este acolhimento e este apoio institucional às famílias e aos colegas dos dois bombeiros militares desaparecidos”, comentou.
Na manhã de quarta-feira, a movimentação na sede da Secretaria da Segurança Pública ficou por conta das viaturas da Corpo de Bombeiros Militar, Brigada Militar e do Instituto geral de Perícias (IGP). A rua Voluntários da Pátria segue bloqueada ao trânsito de veículos no trecho compreendido entre as ruas Santo Antônio e Ramiro Barcelos.
O tenente Almeida atuava como o oficial de serviço. Ele era o responsável por despachar viaturas para o combate ao incêndio em Porto Alegre. O bombeiro militar está na corporação desde dezembro de 1998. Já o sargento Munhós está na corporação desde 1990 e, atualmente, trabalha na Divisão de Logística e Patrimônio do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, junto ao Comando-Geral da corporação.