Responsável pela contabilidade e lavagem do dinheiro de facção criminosa, uma mulher de 29 anos depositava mais de R$ 100 mil por dia em bancos de Novo Hamburgo.
Fazia o serviço com o carro dela, um Onix preto. Na tarde desta quarta-feira, foi presa na porta de agência do bairro Ideal com R$ 90 mil em uma sacola plástica.
Na Santo Afonso, em espécie de escritório da quadrilha, um comparsa de 21 anos foi flagrado com R$ 35 mil. Os nomes não são informados por conta da Lei de Abuso de Autoridade.
“Nossa equipe vinha monitorando essa condutora do Onix há 20 dias, por suspeita de movimentar a receita do tráfico”, declara o delegado da 1ª DP de Novo Hamburgo, Tarcísio Kaltbach. Ele autuou a dupla em flagrante por associação criminosa e lavagem de dinheiro. Moradora do bairro Canudos, a mulher não tinha antecedentes criminais. É casada com um preso. O comparsa já tinha sido detido por tráfico.
A rota diária
A mulher tinha um roteiro diário, que o delegado prefere não detalhar, porque a investigação está em andamento. Ela pegava o dinheiro em uma casa e levava o montante a outro local, onde era feito o fracionamento dos valores. Com os maços organizados, fazia os depósitos em diferentes agências, onde a facção mantém contas de empresas de fachada.
Dupla ficou em silêncio
A “contadora do tráfico” foi surpreendida por volta das 13 horas, quando entrava no Banco do Brasil da Avenida Nações Unidas. Algemada sob olhares atônitos de clientes e funcionários, ficou em silêncio. Enquanto isso, outra equipe da 1ª DP prendia o comparsa em apartamento no condomínio Princesa Isabel, na Rua Antônio Roberto Kroeff, com mais dinheiro da facção e anotações do tráfico. Ele também se valeu do direito de só falar em juízo. O Onix também foi apreendido.
Movimentação passava de R$ 2 milhões mensais
Segundo o delegado, a investigação vai atrás dos pontos de tráfico do esquema e dos laranjas das contas bancárias. “É uma quantia expressiva que apreendemos, além da prisão de pessoas estratégicas para a organização criminosa.”
Considerando os depósitos, feitos de segunda a sexta, a estimativa é que o grupo movimentava mais de R$ 2 milhões por mês. “Apreendemos R$ 125 mil numa quarta-feira. Imagina numa segunda, quando mexia com a arrecadação de todo fim de semana”, observa Tarcísio.
Fonte Jornal NH