Casal de influenciadores alvo de investigação sobre golpes virtuais é preso preventivamente em Canoas

Casal de influenciadores alvo de investigação sobre golpes virtuais é preso preventivamente em Canoas

Três dias após ser alvo de uma ofensiva contra golpes virtuais, um casal de influenciadores foi detido mais uma vez em Canoas, na região Metropolitana. A dupla, que já havia sido presa em flagrante no início da semana, é investigada por movimentar mais de R$ 10 milhões com rifas falsas na internet. Na manhã desta sexta-feira, contudo, os suspeitos receberam ordem de prisão preventiva.

Os dois foram presos pela primeira vez na terça-feira, durante a Operação Dubai, quando uma pistola calibre 9 milímetros de uso restrito foi localizada na residência onde moram, no bairro Estância Velha. Na ocasião, o homem assumiu a propriedade da arma e foi solto após pagar fiança. A mulher foi liberada após prestar depoimento.

De acordo com a Polícia Civil, a prisão preventiva é fruto de descumprimento de decisões judiciais. Isso porque, cerca de duas horas após ganhar liberdade, o casal teria voltado a divulgar sorteios em redes sociais. Como se não bastasse, a instituição destaca que eles ainda tentaram rifar automóveis confiscados na Operação Dubai.

O patrimônio bloqueado na ação ultrapassa R$ 15 milhões. Foram apreendidos 49 veículos de luxo, quatro jet skis e R$ 600 mil em espécie, além de joias e imóveis. Também houve o sequestro de um barco, no município catarinense de Porto Belo.

Nesta manhã, o homem e a mulher foram presos novamente em casa. Eles são suspeitos de exploração de jogos de azar, contra a economia popular, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Entenda como funcionava o esquema

A investigação aponta que o casal teria promovido rifas forjadas para mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais. O esquema movimentou mais de R$ 10 milhões, em aproximadamente sete meses.

Os suspeitos teriam utilizado o ambiente virtual para rifar apartamentos, casas, motos, jet skis, e carros no valor de até R$ 1 milhão. As cotas dos sorteios, entretanto, eram vendidas por valores irrisórios. Em um dos casos, a participação nas rifas chegou a ser oferecida por 10 centavos.

Conforme a Polícia Civil, os prêmios até podiam ser entregues aos sorteados. O problema é que, na maioria das vezes, os vencedores das rifas eram amigos ou familiares do casal. Em outras palavras, o resultado dos bolões seria predeterminado para garantir a circulação do lucro sem procedência.

Os indícios de lavagem de dinheiro incluem movimentações milionárias nas contas dos suspeitos e utilização de um esquema de laranjas. A investigação apontou que os valores das rifas eram misturados com montantes vindos de outras empresas ligadas ao casal, mas os bens não estariam registrados em nome de nenhum deles.

A suspeita é que a mescla de capitais e a ocultação de ativos das rifas eram uma das táticas utilizadas pelos influenciadores digitais para maquiar dinheiro ilícito sem deixar lastros.

 

Fonte Correio do Povo

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