O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) analisou 40 produtos e identificou um aumento real de 42%, 29,5% acima do IPCA, no período de março de 2020 a outubro de 2021. Somente a carne bovina subiu 133% acima da inflação.
O presidente do IBPT, João Elói Olenike, reforça que a elevação impacta fortemente o bolso do consumidor: “A inflação real, ou seja, aquela inflação do bolso, que o consumidor sente quando ele vai comprar alguma coisa no varejo, ela é bem maior que a inflação oficial. Isso está provado”.
O consumo de carne no Brasil no ano passado foi o menor desde 2005, justamente pela alta do preço, o que impulsionou a escolha pelas aves e os suínos.
De acordo com o IBPT, além da carne bovina, os demais produtos com grande alta acima da inflação foram a farinha de mandioca, com 102%, papel higiênico, com 89%, açúcar, com 77%, e água mineral, com alta de 73%.
A inflação oficial do período chegou a 12,5% pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A sensação de elevação da inflação maior é nítida para os consumidores.
A cada ida ao mercado, o carrinho fica mais vazio e, ao mesmo tempo, mais caro. “Complicado. A gente corre vários mercados para, às vezes, pegar uma diferença de dois item ou chega a ser um.
Está muito difícil. Bem alto mesmo, os valores. Para comer está difícil”, diz uma consumidora.
(Jovem Pan)